Traficante que integrava grupo de Minotauro e enviava cocaína para Europa é preso em avião
Ele foi detido por agentes da Polícia Federal quando trocava de aeronave na região de fronteira
Renata Portela –
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Foi preso nesta terça-feira (2) traficante foragido desde 2015, por tráfico internacional de drogas. Ele é apontado como integrante do grupo criminoso de Minotauro, Sergio Arruda Quintiliano Neto, investigado como liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) e atualmente preso.
Conforme a Polícia Federal, o homem já estava foragido desde 2015, mas em 2020 foi alvo de nova denúncia. Ele foi um dos indiciados após a Operação Além-Mar, acusado de atravessar carregamentos de cocaína do Paraguai e enviar a droga em contêineres de fruta para a Europa.
O homem foi detido quando trocava de aeronaves, em uma pista na área rural de Ponta Porã. As duas aeronaves de pequeno porte também foram apreendidas.
Um dos aviões pertence a uma empresa de aviação agrícola, sediada em Ponta Porã.
Operação Além-Mar
As ações aconteceram em agosto de 2020. Durante a Operação Além-Mar, foi apreendida grande carga de cocaína em Amambay, na região de fronteira com o Paraguai. A apreensão aconteceu em trabalho conjunto com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas).
Essa apreensão aconteceu em Cerro Cora’i, sendo encontrados e apreendidos 310 quilos de cocaína, além de um carregamento de maconha.
Ainda conforme a PF, as ações e investigações que aconteciam há 3 anos, miram em grande esquema de tráfico internacional de cocaína esquematizado por Minotauro, Sergio Arruda Quintiliano Neto. A princípio, a cocaína originalmente vinda da Bolívia era armazenada no Paraguai, em Amambay.
Então, dali ela entrava no Brasil através da fronteira com Mato Grosso do Sul e por meio de aeronaves chegava aos portos, principalmente no Rio Grande do Norte. De lá, era levada para a Europa.
Operação Além-Mar
A operação cumpriu 14 mandados em Mato Grosso do Sul, sendo 11 de busca e apreensão e 3 de prisão. Assim, a ação visava quatro organizações criminosas que agiam em conjunto.
A primeira, estabelecida em São Paulo (SP), promovia o transporte da cocaína pela fronteira com o Paraguai. Assim o entorpecente chegava até a capital paulista por aeronaves. Então, era distribuída no atacado para outras organizações criminosas tanto no Brasil quanto na Europa.
Já a segunda tem base em Campinas (SP) e recebia a cocaína internalizada para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa. Enquanto isso, a terceira, estabelecida em Recife (PE), era integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão.
Estes eram cooptados, organizavam a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres.
Por fim, a quarta organização, que ficava na região do Braz em São Paulo (SP), atuava como banco paralelo, disponibilizando uma rede de contas bancárias (de empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”).
Com isso, era feita a movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, ‘lavando’ o dinheiro do tráfico.
Prisões e apreensões
Durante a fase sigilosa das investigações, foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava Romilton Queiroz Hosi, que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela NCA (National Crime Agency), do Reino Unido.
No dia da operação, foram cumpridos 189 mandados, sendo 50 de prisão (20 preventivas e 30 temporárias) e 139 de busca e apreensão. Assim, todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco.
Esses mandados foram cumpridos em 12 estados, mais Distrito Federal. São eles Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
Também foi determinado pela Justiça Federal o sequestro de 7 aviões, 5 helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e também fazendas. Além disso, aconteceu o bloqueio judicial do valor de R$ 100.000.000,00.
*Matéria editada às 15h27 para correção de informação
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