Promotor liga Name a era dos fuzilamentos em Campo Grande e destaca poder bélico de organização
“Maior arsenal bélico apreendido na nossa Capital”, disse o promotor do Gaeco, Gerson Araújo
Thalya Godoy, Mirian Machado –
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“Maior arsenal bélico apreendido na nossa Capital”, disse o promotor do Gaeco, Gerson Araújo, que também debateu durante réplica da acusação na tarde desta quarta-feira (19) no julgamento de Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vlademilson Olmedo. Gerson lamentou a forte influencia polícia em MS que a família de Name tem, inclusive ligou diversos outros crimes aos Names como por exemplo, o jogo do bicho. “Name se gabou de ter juízes, desembargadores, empresários, frequentando a casa dele”, lembrou.
“Nunca tinha havido fuzilamento na nossa capital e por coincidência começou depois que Name falou para a ex que ia ter a maior matança: ‘Vai morrer de picolezeiro a governador’”, lembrou.
“Uma organização de altíssimo poder financeiro e bélico”, disse sobre a Casa da Armas onde foram apreendidas 1.600 armas e munições, sendo um terço de fuzis, silenciador, escopeta, arreadores que dá choque em boi, por exemplo. Name foi condenado como proprietário da casa com o arsenal. “Um guarda, por exemplo, não tem poder aquisitivo para comprar uma casa daquela e as armas”.
Questionou ainda porque não contrataram empresa de segurança e sim agentes da segurança pública especialmente porque os Names moravam em condomínio. “O relatório da Polícia Civil afirma que objetivava desarticular a maior, duradoura e estruturada milícia armada em Mato Grosso do Sul, chefiadas pelo Name Pai e Name Filho”.
Promotor contou aos jurados que a organização é cuidadosa e que há várias ligações em que eles dizem “desliga, liga pelo whats”, Juanil mesmo destruiu o celular dele.
Gerson ainda afirmou que compravam o silêncio dos familiares e rebateu a defesa de que os R$ 5 mil recebido por Eliane, ex de Marcelo Rios, fosse que salários atrasados. “A operação foi deflagrada em setembro. Ela recebeu em março de 2020”, contou, dizendo ainda que sobre os relatos de terror na delegacia, Eliane foi atendida por promotores e defensores e não disse nada.
“É essa mãe que veio chorar pelos filhos”, questiona ao ler mensagem que diz que o filho contou que a mãe fazia imagens dele nu com frequência e que ela e uma amiga faziam “massagens” com frequência na criança.
O que motivou as execuções?
As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.
Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.
Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.
Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.
Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.
A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.
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