Trio acusado de matar a tiros Rodrigo de Mendonça Rosa, de 30 anos, no Bairro Nova Lima em em outubro do ano passado deve passar pela primeira audiência de instrução e julgamento sobre o crime em abril.

Consta no processo que a audiência será no dia 10 de abril às 14h, pela 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, com interrogatórios dos acusados assim como depoimento de testemunhas.

O trio foi preso em flagrante horas após o crime. Dois deles teve a prisão convertida em preventiva, enquanto Eduardo Ferreira da Silva, que dirigia a caminhonete usada no crime foi liberado mediante tornozeleira eletrônica.

A Agepen informou no processo que Eduardo havia rompido a tornozeleira no mesmo dia após sua liberação e desse então seguia foragido. Por este motivo, o Aluizio Pereira determinou sua prisão preventiva, que ainda não foi cumprida. Membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), Eduardo teria vindo de outro estado para cometer o crime a mando dos líderes da facção.

Assassinato

Rodrigo negociava uma motocicleta com um dos três homens, horas antes do crime, em uma conveniência. A investigação ainda apontou que dois ocupantes da caminhonete Ranger branca teriam chegado ao bingo e, apesar de terem comprado as cartelas, pareciam “cuidar” a vítima e tampouco fingiam que estavam marcando os números. Eles teriam ficado no local por cerca de 30 minutos e se aproximado da caminhonete falando ao celular. Em seguida, saíram do local.

Após cerca de 10 minutos, eles teriam retornado, parado próximo à conveniência, mas permanecido no carro. Nesse momento, um terceiro rapaz teria chegado ao local e alegado que iria ver a motocicleta. Ele teria combinado com a vítima de irem até à casa de um amigo, onde estava a moto que Rodrigo iria vender.

O homem, então, saiu com a motocicleta para testá-la e Rodrigo iria receber um Pix de suposto interno da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) no valor combinado após fechar negócio. Rodrigo ainda teria feito uma videochamada mostrando ao interno o “comprador” pilotando a motocicleta.

Rodrigo ainda teria pedido para, antes de entregar a moto, dar uma última volta, e logo depois teria entregue o veículo para o rapaz. Ele deu outra volta e estacionou a moto em frente à casa, tendo a Ford Ranger preta parado logo atrás. Em seguida, o passageiro da camionete desembarcou e começou a disparar contra Rodrigo.A esposa da vítima ainda teria pedido ajuda ao suposto comprador para salvar a vida do marido, mas o homem também disparou, contra a cabeça de Rodrigo, quando ele já estava ferido ao solo.

Em seguida, os três autores fugiram na Ranger preta, e após a morte da vítima, outros indivíduos apareceram novamente no local, passando duas vezes na Ranger branca, provavelmente para conferir se ele havia morrido.

Caminhonete usada possivelmente na fuga dos suspeitos foi encontrada incendiada. (Foto: Marcos Ermínio – Jornal Midiamax)

Caminhonete incendiada

Uma Ford Ranger foi encontrada incendiada no de Campo Grande, entre as saídas de Cuiabá e Rochedinho, ainda na manhã do dia 10 de outubro. A Polícia Civil investiga se o veículo poderia ter sido usado na fuga de outros dois criminosos, suspeitos do homicídio de Rodrigo.

caminhonete tem as mesmas características descritas por testemunhas que presenciaram o assassinato de Rodrigo – sem placas e modelo Ford Ranger. Segundo o delegado Gabriel Desterro, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, a caminhonete foi abandonada no local e queimada. 

Ainda conforme o delegado, o veículo estava em uma ‘estrada cabriteira' e possivelmente foi escolhida pelos suspeitos por ser uma rodovia estadual não monitorada – a Rodovia Ricardo Trad. A Ford Ranger passou por perícia e foi levada para o pátio da (Delegacia Especializada em Roubo e Furto de Veículos).

A polícia também apura o suposto envolvimento da vítima com tráfico de drogas ou armas.

Ligação com facções

Depoimentos prestados durante as investigações do assassinato de Rodrigo, apontaram que o crime teria ocorrido devido a um suposto envolvimento com facção rival do PCC (Primeiro Comando da Capital), o CV (Comando Vermelho). 

Depoimentos ainda revelaram que a vítima estaria recebendo ameaças constantes de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que estariam desconfiando que ele pudesse ser faccionado ao CV (Comando Vermelho), facção rival. Entretanto, familiares e amigos negaram que ele fizesse parte de qualquer um dos dois.