Policiais civis realizam manifestação e podem entrar em greve se não conseguirem reajuste salarial

Além de aumento no salário, a categoria reclama de uma defasagem de mil policiais em todo o Estado

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Policiais civis de diferentes delegacias de Campo Grande fizeram, nesta quinta-feira (14), uma manifestação em busca de reajuste salarial e melhores condições de trabalho. O protesto aconteceu nas imediações da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), nas ruas Padre João Crippa e Marechal Rondon. Uma greve não é descartada pela categoria.

Em entrevista ao vivo ao Jornal Midiamax, o representante da categoria disse que “não descarta a possibilidade de uma greve, se não for atendida pelo Governo do Estado”. Além das faixas expostas aos condutores que passam pelos dois semáforos, há uma panfletagem aos motoristas, que recebem uma “Carta Aberta à População”, informando que a Polícia Civil do Estado se destaca em todo o país com os melhores resultados.

De acordo com o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa, a negociação começou desde o ano de 2016, quando o Governo do Estado assinou uma carta com o Sinpol, com o compromisso de que, até o ano 2018, a categoria teria o sexto melhor salário do Brasil.

“Até hoje, nada mudou e estamos exigindo o reconhecimento do poder público. A carta [com as reivindicações] foi entregue novamente em março deste ano. O Governo nos deu novo prazo [mês de maio], depois passou para agosto. Porém, até o momento não tivemos retorno. Por isso, não descartamos a possibilidade de uma greve. Não é isso que queremos, mas vamos aguardar o retorno do Governo”, disse Barbosa.

Atualmente, o piso salarial inicial do policial civil de Mato Grosso do Sul é de cerca de R$ 5.500. A meta da categoria é que este valor chegue a pelo menos R$ 6.500, que seria comparado ao do Tocantins, que hoje é o sexto melhor salário do país. “Somos a segunda melhor polícia civil em todo o Brasil em produtividade e resolução de crimes, mas temos um dos piores salários, estamos em 19º lugar. Queremos a valorização dos profissionais”, ressaltou o presidente do Sinpol.

Outra informação da “Carta Aberta ao Público”, conforme dados da ONG “Sou da Paz”, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul ocupou os dois primeiros lugares no ranking de resolutividade de diferentes tipos de crime, em todo o Brasil nos dois últimos anos: sendo 89% em 2021 e 86% no ano passado.

Melhores condições de trabalho

Outras reivindicações da categoria são melhores condições de trabalho, principalmente nas delegacias do interior do Estado. “Atuamos sem horas extras, nossos policiais estão com sobrecarga de trabalho. Em muitas situações casos, tem ainda a questão psicológica dos nossos profissionais, que fica abalada e temos também muitos casos de depressão e afastamentos”.

Outra cobrança do Sinpol é em relação à quantidade de policiais civis que atuam em Mato Grosso do Sul. De acordo com os cálculos do presidente do Sindicato, há uma defasagem de aproximadamente mil policiais no estado. “Em todo o Mato Grosso do Sul, precisamos de mais novos policiais. Só aqui em Campo Grande, a defasagem é de cerca de 200”.

Confira nota do governo de MS: “O governo de Mato Grosso do Sul reforça que mantém um diálogo franco e transparente com todas as categorias de servidores estaduais. Em abril definiu um índice de 5% de Reajuste Geral Anual dos servidores públicos, percentual acima da inflação dos últimos 12 meses (IPCA), de 4,65%, concedido a partir de 1º de maio. Reajuste com percentual adicional à inflação do período será discutida com cada carreira, caso a caso”.

*Editada às 18h43 para acréscimo de nota oficial do governo de MS

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