Por meio de buscas realizadas na cidade de Lambaré, no Departamento Central, agentes da Polícia Nacional prenderam três pistoleiros. Eles são de nacionalidade brasileira e teriam sido contratados para matar Waldemar Pereira Rivas, o ‘Cachorrão’, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A ação foi descoberta por meio do trabalho de inteligência da polícia paraguaia. O trio foi localizado durante diligências realizadas no bairro Iate e Clube de Golfe da cidade de Lambaré, neste final de semana.

Ainda de acordo com informações da Polícia Nacional, foram apreendidos dois celulares, três armas de fogo, sete carregadores de pistola, três balaclavas, dois pares de luvas táticas, botas e diversas roupas camufladas, além de porções de maconha e documentos.

Julgamento suspenso

Alvo do crime de pistolagem, Waldemar Pereira Rivas, o ‘Cachorrão’, é procurado pela Polícia depois que teve o julgamento suspenso em março deste ano. Ele tinha sido inocentado da acusação de assassinato do jornalista Léo Veras, que trabalhava na fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.

Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato. A decisão gerou polêmica no meio jurídico de Pedro Juan Caballero e foi criticado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do Paraguai que ordenou uma auditoria. 

No mesmo dia em que foi anunciada sua absolvição em julgamento oral, o criminoso que tem ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital) saiu pela porta da frente do Tribunal de Justiça e nunca mais foi visto em Pedro Juan Caballero.

‘Cachorrão’ foi preso no dia 1º de maio daquele ano, em Pedro Juan Caballero, por agentes da polícia paraguaia. Durante o julgamento, foi incluído pelo Ministério Público o laudo técnico da perícia do celular de Waldemar Pereira Rivas.

‘Cachorrão’ foi peso em maio de 2020 e solto em novembro de 2022 (Foto: Reprodução/Polícia Nacional)

Execução de Léo Veras

Léo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque.

Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido. Lá, os criminosos terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos.

Em seguida, o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista.

Prisões após execução de jornalista

Cinco homens e uma mulher suspeitos de ligação na execução do jornalista Léo Veras foram presos ainda em 2020. As prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), na época, divulgar que os tiros que atingiram o jornalista Lourenço Veras, o Léo Veras, tinham sido disparados de uma pistola Glock 9 mm.

Esta mesma arma teria sido usada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.

Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Associação. Exame de balística forense feita na capital Assunção, identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.