No júri, cunhado de Vladenilson admite que PM aposentado era secretário da família Name

Ele alegou ainda que o policial foi trabalhar com a família para ajudar a mãe idosa

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Policial civil aposentado Vladenilson Olmedo (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Ouvido como testemunha de defesa nesta terça-feira (18), no segundo dia de julgamento pela morte de Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, Wagner Louro confirmou que o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo era secretário da família Name. Além de Vlade, o ex-guarda municipal Marcelo Rios e Jamil Name Filho são julgados pelo assassinato.

Durante o depoimento, o cunhado de Vladenilson disse que o policial foi trabalhar como secretário dos Name após a aposentadoria. Na época da morte de Matheus, Vlade recebia mais de R$ 9 mil do Governo, conforme os dados do Portal da Transparência.

Porém, a alegação é de que foi trabalhar como secretário da família para dar assistência à mãe. Ela é idosa, tem hoje 84 anos e mora em outra cidade. Além disso, é cadeirante e precisa de cuidados especiais.

Além de Wagner, o delegado João Paulo Sartori foi ouvido como testemunha de acusação nesta terça-feira. Também prestou depoimento o advogado Silvano Gomes, como testemunha de defesa.

Outras testemunhas que seriam ouvidas nesta terça-feira foram dispensadas pelos advogados de defesa, sendo mantida Eliane Benitez, pela defesa de Marcelo Rios. Mais uma testemunha também deve ser ouvida no período da tarde, após o intervalo do almoço.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que preside o julgamento, afirmou que o júri pode encerrar ainda na quarta-feira (19), caso os debates terminem a tempo.

Segundo dia de julgamento

Bate-boca entre promotor e defesa (Nathalia Alcântara, Midiamax)

No segundo dia, a defesa de Name e o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Gerson Araújo, protagonizaram um bate-boca em relação à ordem de perguntas.

“Os jurados estão ouvindo do que o senhor (Sartori) se recorda, e eu digo que está errado. Há um dia estamos ouvindo policiais sobre o que se lembram”, questiona a defesa, que é rebatida pelo delegado.

“Deixa os debates para depois, pode fazer a pergunta”, diz Sartori. O delegado do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) estava à frente da investigação da morte de Matheus Coutinho.

Segundo o delegado, as investigações de inteligência monitoraram a tornozeleira de José Freires, o Zezinho, mostrando que ele esteve próximo à casa de Paulo Xavier. Zezinho e Juanil são apontados como os pistoleiros contratados pela família para a execução.

“Durante o depoimento, o Eurico foi claro em dizer que Juanil confessou ter dirigido o carro e Zezinho efetuou os disparos”, falou Sartori.

O delegado também fez parte da Força-Tarefa nas investigações da Operação Omertà, assim como a delegada Daniela Kades e Tiago Macedo, além de Carlos Delano.

Testemunha a ser ouvida ainda nesta terça-feira, Eliane prestou depoimento no Garras na época em que Marcelo Rios foi preso com um arsenal. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil.

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