A mulher do traficante Caio Bernasconi Braga, o “Fantasma da Fronteira”, apontado como um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que foi preso em Ponta Porã na terça-feira (2), já foi alvo de operação da Polícia Federal e denunciada por organização criminosa e lavagem de dinheiro, após a descoberta de que a clínica de estética de sua propriedade era usada de fachada.

Em 2020, a mulher do traficante Caio Bernasconi foi alvo de uma operação da Polícia Federal, após a descoberta da lavagem de dinheiro, onde a clínica de estética que tinha em São Paulo, era usada pelo traficante. Mesmo sem renda compatível, a mulher chegou a investir no estabelecimento R$ 180 mil. 

Logo após a sua prisão foi feito pedido de habeas corpus onde foi argumentado pela defesa, que ela tinha um filho de 5 anos que dependia de seus cuidados. O pedido chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal), e o relator foi o ministro Edson Fachin.

Na época a defesa alegou: “Narra a reclamante que teve sua prisão temporária decretada em razão de suposta participação em organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas, cujo vínculo foi deduzido pela relação afetiva com Caio Bernasconi Braga, alvo da investigação. Alega ser mãe de uma criança de 5 (cinco) anos, que requer atenção especial e depende integralmente de seus cuidados, e que o delito a ela atribuído não foi cometido com violência ou grave ameaça, razão pela qual faz jus à conversão da prisão cautelar em domiciliar, nos termos do art. 318-A do CPP.”

O ministro ainda discorreu que, “Os atos apontados como reclamados referem-se a decisões do Juízo de primeiro grau que negaram o pedido de conversão da prisão temporária em domiciliar. Tal cenário indica, a princípio, que a matéria vertida sequer foi analisada de forma aprofundada pelas vias ordinárias, o que já seria suficiente para não conhecimento do instrumento processual eligido. Afinal, é assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a reclamação não pode ser usada como sucedâneo de recurso próprio, habeas corpus, nem de ação rescisória.” A decisão é do dia 28 de outubro de 2020.

A denúncia apontou, na época da operação, que a mulher do ‘Fantasma da Fronteira’ o acompanhava em viagens para o tráfico de drogas. Em outubro de 2020, ela foi denunciada pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

‘Fantasma da Fronteira’

‘Fantasma da Fronteira’ é ligado ao grupo de Minotauro, Sergio Arruda Quintiliano Neto. Ele estava foragido desde 2015, e, em 2020, foi alvo de nova denúncia. “Fantasma” foi um dos indiciados após a Operação Além-Mar, acusado de atravessar carregamentos de cocaína do Paraguai e enviar a droga em contêineres de fruta para a Europa.

Ele foi preso no dia 2 deste mês, quando trocava de aeronave na região de Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. Caio foi transferido no mesmo dia para Campo Grande, em uma operação sigilosa. Ele participou de audiência de custódia na Capital e está preso sob custódia da Polícia Federal.

Operação Além-Mar

Em 2020, durante a Operação Além-Mar, foi apreendida grande carga de cocaína em Amambay, na região de fronteira com o Paraguai. A apreensão aconteceu em trabalho conjunto com a Senad (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas).

Essa apreensão aconteceu em Cerro Cora’i, sendo encontrados e apreendidos 310 quilos de cocaína, além de um carregamento de maconha.

Ainda conforme a PF, as ações e investigações que aconteciam há 3 anos, miram em grande esquema de tráfico internacional de cocaína esquematizado por Minotauro, Sergio Arruda Quintiliano Neto. A princípio, a cocaína originalmente vinda da Bolívia era armazenada no Paraguai, em Amambay.

Então, dali ela entrava no Brasil através da fronteira com Mato Grosso do Sul e por meio de aeronaves chegava aos portos, principalmente no Rio Grande do Norte. De lá, era levada para a Europa.