Morte de narcotraficante em MS levou Gaeco a desmontar grupo rival do PCC
Segundo o MPSP, a nova facção tem poder bélico superior e usa fuzis para matar rivais
Danielle Errobidarte –
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A execução do veterinário e empresário de Mato Grosso do Sul Juliano Gimenes Medina, de 40 anos – ocorrida em junho do ano passado em uma estrada vicinal de São Pedro (SP) – levou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) a identificar uma nova facção que atuava como rival do PCC (Primeiro Comando da Capital), com poder bélico superior e que utilizava fuzis nos assassinatos.
Segundo o UOL, Anderson Ricardo de Menezes, de 48 anos, conhecido como ‘Magrelo’ ou ‘Patrão’, é apontado como o principal líder da organização criminosa. Um cerco policial foi montado contra ele nessa quarta-feira (17) durante operação coordenada pelo MPSP, em sua residência na cidade de Ipeúna, em São Paulo. Ele conseguiu fugir por um buraco na parede da mansão onde estava.
A Operação Oposição, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) tinha como alvos membros da organização liderada por Magrelo. O grupo começou a ser investigado após a morte de Juliano Medina.
Segundo apurado pelo UOL, foram 33 assassinatos no ano passado durante a ‘guerra’ entre as facções.
Foram expedidos oito mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão, além de cinco pessoas presas em flagrante e dinheiro, munições, armas e celulares apreendidos. O sequestro de bens totalizou R$ 12,5 milhões, autorizado pela Justiça.
Dois criminosos apontados como autores do homicídio de Juliano Medina já estão presos e foram cumpridos mandados contra eles durante a operação. A análise dos aparelhos celulares de um deles levou o Gaeco aos demais membros da facção.
Os alvos dos mandados foram denunciados pelo MPSP por organização criminosa e tráfico de drogas. Um deles postava fotos em redes sociais com armas de fogo e portando fuzis.
Haras com drogas e armas
Juliano Gimenes Medina, de 40 anos era investigado por envolvimento com tráfico de drogas em Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, onde vivia. Batida policial no haras de Medina em 2021 apreendeu drogas e armas de fogo.
Conforme o registro policial de novembro de 2021, equipe do Batalhão de Choque tinha informação de uma reunião entre algumas pessoas no haras, algumas portando armas de fogo. Três suspeitos foram vistos do lado de fora, então foi feita abordagem.
Os homens ainda tentaram se esconder ao notarem a viatura policial. Um dos suspeitos foi abordado e, na sala de um funcionário, foram localizadas porções de maconha, 7 aparelhos celulares, além de outros volumes da droga e também dinheiro em espécie.
Todo material foi apreendido e também foram encontradas anotações no local. O funcionário alegou que não conhecia os proprietários e declarou saber que havia armas no haras. Uma pistola 380 e uma espingarda calibre 12 foram apreendidas.
Além de Juliano, outros três homens foram implicados como suspeitos por tráfico de drogas e associação criminosa, para o tráfico. O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Ponta Porã.
Executado a tiros no interior de SP
Juliano, que era veterinário e dono de empresas em Ponta Porã, foi executado no início da tarde do dia 8 de junho de 2022, na Estrada Vicinal Henrique Furlan, em São Pedro (SP). Ele dirigia o Jeep Commander quando foi interceptado por outros dois carros e atingido por pelo menos 30 disparos.
A Polícia Militar foi ao local e ainda foi feita tentativa de socorro a Juliano, que não resistiu. Em abril do mesmo ano, primo de Juliano também foi executado na região de fronteira. Romulo Calonga Medina, de 34 anos, foi fuzilado quando chegava à loja de pneus da família. O crime aconteceu em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, fronteira com Ponta Porã.
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