A tenente-coronel presa no dia 16 deste mês após desobedecer ordens de não entrar no Comando Geral da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), e invadir o local retirando os cones da frente da guarita, disse em depoimento que foi constrangida na frente de outros militares e civis.

A tenente-coronel disse que ao chegar ao Comando foi informada que não poderia entrar com o veículo, já que o local estava sendo preparado para a formatura dos policiais e iria ficar com o estacionamento interditado por três dias. Mas, ela teria afirmado que não poderia pegar sol já que havia feito um tratamento estético no rosto. Em seguida, a militar desceu do carro, retirou os cones e entrou.

Um dos militares que estava na guarita disse que a policial chegou a dizer para ele “Sou coronel e vou entrar”. Ele ainda teria dado uma alternativa para ela, que não aceitou e entrou pelo portão principal.

A tenente-coronel ainda relatou que tentou falar com o tenente-coronel que havia dado as ordens de proibição, mas ele teria sinalizado que falaria com ela depois, já que estava ao telefone. Momentos depois, a militar disse que o tenente-coronel foi até a sua sala e passou a gritar com ela na frente de outros oficiais e civis, e que ela pediu para conversarem em outro local.

Mas, o tenente-coronel continuou elevando o tom de voz afirmando que ela estava presa por descumprir a ordem dada por ele. 

A prisão da militar

Por volta das 10 horas do dia 16, a tenente-coronel chegou ao local e tentou entrar com o veículo na área interna do Comando. Ela foi orientada na portaria sobre a ordem de não entrar veículos e, enfurecida, ainda disse: “Eu sou tenente-coronel, vou entrar sim”.

Nesse momento, a militar saiu do veículo, chutou os cones que faziam o bloqueio do acesso e começou a gritar. A cena foi flagrada pelo Coronel que deu voz de prisão. Em seguida, ela foi encaminhada para a Corregedoria da Polícia Militar.

A tenente-coronel disse ao Jornal Midiamax que outros carros teriam entrado no local antes dela e que ela teria informado que não poderia andar devido a problemas de saúde.

Ainda conforme a militar, não a deixaram explicar a situação sobre seu problema de saúde. Ela alega que tinha uma reunião e precisava entrar no local.

Ela já havia dado voz de prisão por desrespeito

A mesma militar deu voz de prisão a um 1º sargento no mês passado por desrespeito a superior, após ‘brincadeira’ de cunho sexual durante a festa junina da corporação.

Na ocasião, os militares estavam na frente do Comando Geral, quando o sargento passou com um pacote, com celulares. A tenente-coronel teria comentado com outro oficial, em brincadeira, que também queria receber “um desses”.

Sem saber do que se tratava, o oficial questionou ao sargento: “O que ela quer?” Então, o sargento teria respondido que a PM queria “um consolo”, dizendo a frase com cunho sexual.

No momento, os policiais presentes não teriam dado risada da ‘brincadeira’ do militar. A tenente-coronel ainda avisou ao coronel presente que tomaria as medidas necessárias. Com isso, deu voz de prisão ao sargento, que foi levado para a Corregedoria da PMMS. Ele foi detido por desrespeito ao superior.

Três dias depois, o 1º sargento foi liberado em audiência de custódia. Colegas que presenciaram a cena disseram que o militar tinha o hábito de fazer ‘brincadeiras’.