Mãe não sabia que ex-aluno foi estuprado em escola onde esfaqueou advogada, diz defesa

Defesa pediu pela liberdade do garoto, mas pedido ainda não foi apreciado

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(Henrique Arakaki, Midiamax)

A mãe do garoto de 15 anos que esfaqueou uma advogada na frente da escola Municipal Bernardo Franco Baís, em Campo Grande, no dia 18 deste mês, não sabia que o filho havia sido estuprado dentro de um banheiro da unidade escolar, no ano passado, segundo a advogada da família, Fabiana Canteiro.

De acordo com a advogada, a mãe do adolescente está em choque com o que ocorreu e em conversa com Fabiana disse que nunca soube do abuso, e que o filho sempre foi reservado. A advogada ainda revelou que a mãe disse ter notado o filho mais quieto do que o normal e que antes do fato tinha mais amigos. Mas, nada que a fizesse desconfiar do comportamento dele ou que algo estava errado.

Ainda segundo Fabiana Canteiro, foi feito o pedido de liberdade do garoto, mas a Justiça ainda não apreciou. Ele deve passar por uma audiência de conhecimento junto de um juiz, na próxima semana.

Por enquanto, o adolescente está internado na Unei (Unidade Educacional de Internação). A advogada ainda afirmou que espera por exames complementares para saber se o adolescente tem bipolaridade ou TDAH. “Ele é muito tranquilo, educado, não é do perfil dele”, disse Fabiana Canteiro. A advogada contou que na primeira conversa que teve com o adolescente, ele estava ansioso e nervoso, mas devido ao ambiente estranho onde estava. 

A Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) irá investigar o suposto abuso que o garoto teria sofrido na escola.

Garoto esperou mãe sair para trabalhar e pegou facas

O adolescente contou em depoimento que esperou a mãe sair para trabalhar e pegou as facas para cometer o crime, confessando, assim, o ataque.

Ele revelou que acordou cedo, se arrumou, esperou a mãe sair para trabalhar, foi até a cozinha e pegou cinco facas, além de uma marreta, e foi em direção à escola. Ele ainda falou que teria visto os abusadores indo para a quadra de esportes, e por isso, tentou entrar na unidade escolar.

Durante depoimento, o adolescente repetiu discursos de jovens que cometem este tipo de crime e que não serão reproduzidos pelo Jornal Midiamax, que zela pelo compromisso de não estimular atos de violência em indivíduos e comunidades de ódio, que resultam em novos casos, segundo recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência.

O garoto revelou no depoimento que foi estuprado dentro do banheiro da escola por três alunos, no ano passado, e por isso, teria ido cometer o crime. Uma advogada de 45 anos foi esfaqueada nas costas ao tentar impedir o ex-aluno de entrar na escola com facas.