Uma das irmãs presas após uma série de furtos a shoppings em Campo Grande, como também em São Paulo, ganhou a liberdade no último dia 16 deste mês em decisão da Justiça, publicada nessa quinta-feira (24). As três formaram uma organização criminosa familiar que se especializou em furtos de lojas de alto padrão em shoppings de várias cidades do país.

De acordo com a decisão, Maria Eduarda de Souza Silva, teve a liberdade concedida com medidas cautelares como: não mudar de residência sem prévia comunicação a este juízo; não se ausentar da comarca na qual reside, por mais de oito dias, sem prévia autorização daquele douto juízo; comparecer a todos os atos do processo, quando devidamente intimada, sob pena de eventual restabelecimento de sua prisão.

Além de comparecer mensalmente em juízo para justificar suas atividades. Ela acabou presa no início de agosto depois da descoberta dos crimes cometidos pelas irmãs que faziam os furtos pelo menos em 1 cidade de 1 estado a cada mês. Elas seguiam para os municípios de carro ou de ônibus e ficavam hospedadas pelo menos quatro dias até cometerem os crimes e voltarem para São Paulo tranquilamente.

Ostentação na internet

A organização criminosa familiar ainda ostentava na internet após os furtos praticados. Foi descoberto nas investigações uma crescente no patrimônio das irmãs que tiveram suas prisões decretadas. São procuradas pela Justiça, Juma Yara de Souza Silva, Maria Aparecida de Souza Silva e Maria Eduarda de Souza Silva. Ainda fazem parte da quadrilha mais duas mulheres.

As irmãs moram em SP e viajam para outros estados do país de ônibus e se hospedam por 3 ou 4 dias em apartamentos alugados via Airbnb. Nos primeiros dias, elas visitam os shoppings e identificam lojas que vendem produtos de alto valor e que possuem portas de fechamento por controle remoto.

Depois, no dia seguinte, vão até o shopping no horário de fechamento das lojas e aguardam em frente a elas, até que o vendedor ou responsável acione o controle remoto de fechamento das portas. Com um dispositivo eletrônico, elas conseguem decodificar o sinal da porta “roubando” o código.

Em seguida, com o mesmo código, elas abrem parcialmente a porta e uma ou duas entram e pegam o maior número de objetos com preços mais elevados. Para que os seguranças não visualizem a ação, elas fecham a porta da loja e depois abrem novamente para saírem.

As mulheres ainda usam roupas iguais e parecidas com uniformes de vendedoras de lojas de alto padrão.

Furtos de mais de R$ 200 mil

Segundo as investigações de policiais da Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos), as três jovens chegaram a Campo Grande no dia 15 de junho e ficaram em um apartamento alugado via Airbnb. Elas furtaram lojas na cidade nos dois dias seguintes e foram embora da Capital no dia 17 rumo à São Paulo.

As investigações da polícia apontam que as três irmãs e mais uma integrante, ainda não identificada, realizaram dois furtos em lojas do Shopping Campo Grande e do Shopping Norte Sul Plaza, conforme câmeras de segurança abaixo.

No dia 16 de agosto, a quadrilha furtou uma rede de óculos importados no Shopping Campo Grande. Foram levados 117 óculos de diversas marcas renomadas, causando prejuízo de R$ 176 mil. Já no dia seguinte, (17) as criminosas furtaram 21 aparelhos celulares de uma loja do Shopping Norte Sul Plaza, causando prejuízo ao proprietário no valor de R$ 35 mil.