O investigador Emmanuel Nicolas Contis foi demitido da Polícia Civil. Ele foi acusado de ajudar o delegado Fernando Araújo da Cruz a encobrir os ‘rastros’ depois do assassinato do boliviano Alfredo, esfaqueado durante uma discussão com o delegado em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá.

A pena de demissão do investigador foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (26). “Aplicar a pena de demissão ao servidor EMMANUEL NICOLAS CONTIS LEITE, Cargo de Agente de Polícia Judiciária, Função de Investigador de Polícia Judiciária de 2ª lotado na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública/SEJUSP/MS, do Quadro Permanente do Estado de Mato Grosso do Sul, por violação dos deveres estampados no artigo 155, inciso V, VI, XVII e XXVIII e prática das transgressões disciplinares previstas no artigo 156, incisos II, XVII, XX, XXVI, XXVII e XXXI, c/c os artigos 164, inciso IV e artigo 172, inciso II e XVII, todos da Lei Complementar nº 114/2005.”

O delegado Fernando também foi demitido da Polícia Civil, que teve a decisão publicada nesta quinta (26). Fernando foi condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato. 

Morte na ambulância

O boliviano Alfredo foi esfaqueado durante discussão com Fernando em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá. Então, o delegado interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital. Mas Fernando, achando que não havia testemunhas do crime, foi pego de surpresa quando foi informado pelo investigador da Polícia Civil, Emmanuel Contis, de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.

Em meio a toda a trama do homicídio, testemunhas foram coagidas, sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando, Silvia. No entanto, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.

Na tentativa de encobrir os rastros do crime, até a execução dos policiais e delegados que estavam investigando o caso, foi arquitetada por Fernando, que recebia do investigador todas as informações sobre as investigações.