Vai a julgamento, neste mês de setembro, Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, acusado de matar com 30 facadas a mãe, Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, no dia 23 de janeiro do ano de 2022, em Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande.

O júri popular foi marcado para o dia 28 de setembro, às 8h30, na Comarca de Nova Andradina e ele será defendido pela Defensoria Pública. Segundo o Jornal da Nova, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a pronúncia contra Matheus Gabriel, mesmo depois da defensoria entrar com recurso.

Mas, por unanimidade, durante o acórdão em sessão permanente e virtual, os magistrados da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, na conformidade da ata de julgamentos, negaram provimento ao recurso e manteve a pronúncia no artigo 121. §2º, incisos II (meio cruel), IV (recurso que dificultou a defesa da vítima) e VI (feminicídio), também no artigo 211, que é ocultação de cadáver, todos do Código Penal. 

O MPMS (Ministério Público Estadual) apresentou denúncia contra Matheus no dia 14 de março de 2022 e aceita pelo Poder Judiciário. Assim, Matheus acabou se tornando réu por homicídio qualificado, com penas que vão de 12 a 30 anos, por motivo fútil, à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, bem como contra mulher, que se tornou feminicídio.

No corpo de Marta foram encontradas 30 perfurações feitas com uma chave de fenda. Os ferimentos se concentraram no rosto e no pescoço. Matheus nunca confessou o crime, imputando o assassinato a outra pessoa.

Depoimento de Matheus

Em depoimento, Matheus disse que havia chegado até a delegacia no dia do desaparecimento para registrar a ocorrência do sumiço de Marta, mas que ao chegar na porta desistiu, indo embora para casa por volta das 9h40 da manhã de 23 de janeiro.

Seis horas depois, o corpo de Marta acabou encontrado às margens da rodovia MS-276. Ela estava seminua e tinha sido assassinada com 30 golpes na cabeça e no pescoço.

Ainda segundo o depoimento de Matheus, a mãe pretendia mudar para Maringá e todos iriam com ela. Na semana anterior a sua morte, a vítima teria conversado com várias pessoas, inclusive em Maringá, na tentativa de arrumar uma casa para fazer a mudança. Matheus ainda contou que a mãe pretendia ir até o estado paranaense em busca de conseguir uma residência para alugar.

Matheus relatou que próximo ao horário do almoço, quando já estavam todos a procura de Marta, ele chegou a ligar do celular do irmão de 11 anos para o Ciops para falar sobre o sumiço de sua mãe, mas foi informado que teria que ligar na delegacia de Polícia Civil, mas ele não ligou. 

Segundo ele, já na delegacia, quando soube que o corpo de uma mulher havia sido encontrado às margens da rodovia, naquele momento, soube que era sua mãe e tentou quebrar seu celular por aflição. Posteriormente, o aparelho de Matheus acabou apreendido pela polícia. O rapaz ainda disse que a mãe era explosiva com os filhos e que o relacionamento dos dois se tornou mais próximo nos últimos tempos.