Na última semana, foi oferecida denúncia contra o grupo criminoso alvo da Operação Traquetos, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A ação foi realizada em 8 de março, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão.

Conforme a denúncia, médico veterinário morador no Damha II, em , seria financiador do grupo criminoso. Documentos apreendidos na casa do suspeito, na operação, comprovaram a ligação com os outros integrantes.

Ainda segundo o , o grupo é ordenado e tem divisão de tarefas. A princípio, a organização atua com uma grande rede de batedores e tem pontos de apoio em Anastácio, Aquidauana.

Já em Campo Grande funcionaria o ponto para escoamento da , que vinha do Paraguai, para outros estados. Esses destinos seriam principalmente São Paulo, Goiás e Bahia.

Conforme já noticiado pelo Midiamax, três homens são apontados como lideranças da organização criminosa. Destes, dono de uma oficina e garagem de carros está foragido.

Ao todo, 25 pessoas foram denunciadas por crimes de integrar organização criminosa, tráfico de drogas, financiar o tráfico de drogas, lavagem de e receptação.

Veterinário financiava o tráfico

Na peça, o Gaeco aponta o morador do residencial de alto padrão como financiador do tráfico de drogas. O valor era repassado a um dos membros da organização, que já tem passagens por tráfico, e este intermediava a compra da droga.

Assim, é relatado que o veterinário não mexia diretamente com os entorpecentes, mas financiava a compra. Nas investigações, foi identificado que os veículos usados no tráfico eram preparados na oficina do líder da organização, atualmente foragido.

Isso foi confirmado na denúncia por meio de fotos dos veículos, parados na oficina. Depois, acabavam apreendidos em ocorrências de tráfico.

No entanto, alguns dos veículos também foram fotografados na casa do veterinário. A princípio, ele guardava esses veículos.

Uma Dodge Ram foi encontrada no Damha II, na residência, depois de ter sido vista na oficina do líder da organização. Estes veículos estariam ali como uma ‘garantia'.

Além disso, documentos na casa do suspeito indicam que ele é uma pessoa de posses e que investiu mais de R$ 1 milhão no tráfico. Tudo feito por meio do comparsa, também membro do grupo criminoso.

Desta forma, o investigado teria fornecido capital para que o grupo comprasse cargas de droga na fronteira entre Brasil e Paraguai. Depois, ele recebia os valores referentes aos lucros.

Foram identificados vários pagamentos feitos entre integrantes da organização criminosa e o veterinário, todos anexados à denúncia. Em fevereiro, a esposa do veterinário, uma zootecnista, foi vista entrando no condomínio com um dos veículos do grupo.

Alvo da Polícia Federal

Conforme relatado pelo Gaeco, um dos líderes da organização criminosa já foi alvo da Operação Tarja Preta, da Polícia Federal, junto com o irmão, também investigado. Tal ação foi feita contra a facção Bonde do Maluco, que atuava com homicídios, tráfico de drogas e armas e lavagem de dinheiro.

No entanto, logo após ser preso e encaminhado ao Instituto Penal, conseguiu uma linha telefônica. Então, passou a se comunicar com os outros integrantes da organização criminosa.

Desta forma, ele seguia negociando comércio de drogas, “relevando sua audácia e importância dentro da organização criminosa”, aponta o Gaeco. Ainda consta na peça que o investigado atuava junto com a esposa.

Ela e também a mulher de outro integrante, ambas investigadas, já conseguiram liberdade provisória após a operação. Ao menos desde 2019, a esposa deste líder criminoso era responsável pela organização financeira do grupo.

A partir dela eram feitos Pix para outros integrantes da organização criminosa, para custear viagens e até mesmo ajudar famílias dos presos.

Na apuração das transferências bancárias, foram identificados Pix de altos valores, entre R$ 50 a R$ 30 mil. Além da esposa, o investigado agia com auxílio do irmão.

Inclusive, em 2022 esteve em São Paulo, possivelmente em reunião com outros criminosos, “potenciais compradores de drogas”, esclarece o Gaeco. Outras duas mulheres também investigadas estariam repassando os valores.

Também consta no documento que o casal não tinha atividade lícita declarada e, mesmo assim, fazia grandes movimentações de dinheiro. O alvo da operação foi preso preventivamente.

CAC foi alvo de buscas

Ainda na Operação Traquetos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na oficina e residência de um investigado, que tem registro CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).

Apesar do mandado de prisão preventiva expedido, ele não foi preso. Já os mandados de busca foram feitos com acompanhamento do advogado, Antônio Cairo Frazão.

Assim, foram apreendidas munições de diversos calibres e também armas de fogo. Ao Midiamax, o advogado esclareceu que será feito pedido para revogar a prisão preventiva, para que o investigado responda em liberdade.

Também segundo ele, as armas foram apreendidas com registro e demais documentos. Ainda de acordo com o Gaeco, a oficina do empresário seria usada para preparação de veículos com droga.

Operação Traquetos

O Gaeco deflagrou a Operação Traquetos para cumprir 18 mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão. Alvos são traficantes do Estado que levavam drogas de e Ponta Porã para a Bahia, Goiás e São Paulo.

Ainda segundo o órgão, a organização criminosa tinha uma grande rede de batedores. Também havia pontos de apoio nas cidades de Campo Grande, Anastácio e Aquidauana, com o intuito de escoar a droga.

Os mandados foram cumpridos em Anastásio, Campo Grande, e Coxim. Também conforme o Gaeco, o trabalho investigativo durou cerca de 17 meses, tendo iniciado em agosto de 2021.

Assim, resultou em uma série de prisões em flagrante por tráfico de drogas, como ainda identificou a estrutura da organização criminosa.