O líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) e da cúpula da facção criminosa, Marcos Paulo Nunes da Silva, 50, o ‘Baianinho Vietnã’, estaria escondido na Bolívia junto de assaltantes de bancos e traficantes internacionais. Ele foi um dos alvos da Operação Dakovo, deflagrada na terça-feira (5) pela Polícia Federal no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. A ação teve objetivo de desmontar esquema que movimentou R$ 1 bilhão com o tráfico internacional de armas.

‘Baianinho Vietnã’ não foi encontrado e agora é caçado pela Polícia Federal. Ele já foi condenado por assalto a avião pagador, tráfico de drogas, furtos, roubos e formação de quadrilha. De acordo com a coluna de Josmar Zozino, o líder do PCC foi escolhido para a compra dos armamentos: fuzis, pistolas, metralhadoras e munições. 

O armamento comprado em uma empresa no Paraguai era levado para Assunção onde tinha a numeração raspada, e depois era distribuído para o PCC, como também para o CV (Comando Vermelho), no Rio de Janeiro. 

A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) informou que no âmbito da Operação realizada no Paraguai foram apreendidas 611 armas longas e 1.212 armas curtas (pistolas), totalizando 1.823 armas de fogo, no valor aproximado de US$ 5.200.000.

Durante os procedimentos, também foram apreendidos 87.100 dólares em dinheiro, 96 mil dólares em cheques, relógios no valor de 250 mil dólares e canetas no valor de 50 mil dólares.

Campo-grandense preso

Campo-grandense de 39 anos foi um dos alvos presos na Operação Dakovo, deflagrada na terça-feira (5) pela Polícia Federal no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. O campo-grandense preso atuava como vendedor de armas ilegais. Com ele foram encontrados documentados sobre as transações, um pen drive e também relógios de marcas.

As investigações

A PF começou a investigação em 2020, quando da apreensão de armas no interior da Bahia. Os números de séries das armas estavam raspados, mas a perícia da PF conseguiu informações sobre os armamentos.

Foi descoberto que um argentino, proprietário da empresa IAS no Paraguai, adquiriu armamento de vários países, como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, incluindo pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições.

 Ele repassava as armas para facções no Brasil, principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a PF, o esquema ainda tinha a participação de doleiros e empresas ‘fantasmas’ no Paraguai e nos EUA. 

As investigações também apontam corrupção e tráfico de influência na DIMABEL, órgão paraguaio encarregado de supervisionar e autorizar o uso de armas, que facilitava o funcionamento do esquema.