O juiz Aluísio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do , marcou para março de 2024 o julgamento do casal Stéphanie de Jesus e Christian Campoçano, mãe e padrasto da menina Sophia OCampo, que morreu aos dois anos após uma série de agressões. Os dois são apontados como responsáveis pela morte da criança.

O caso será julgado por júri popular. O julgamento está marcado para às 8 horas do dia 12 de março. O magistrado pediu ainda que as os dias 13 e 14 também fiquem reservados, devido à complexidade do crimes e por não estar definida a quantidade de testemunhas que irão depor.

Na ultima terça-feira (5), o casal falou pela primeira sobre o caso. Em audiência, tanto, Stéphanie quanto Christian negaram autoria dos crimes e culparam um ao outro pela morte da criança.

Stéphanie foi a primeira a depor. Questionada pela pelo Ministério Público, a mãe da menina afirmou que o marido foi quem matou Sophia. “Sim, ele matou”, confirmou.

Na vez de Christian depor, ele disse que a mulher o acusou para se esquivar. O que eu vejo é ela me acusando para que não caia sobre ela”, respondeu ao juiz.

Caso Sophia

A menina, que já havia passado por diversas internações, morreu em janeiro deste ano. As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.

Uma testemunha afirma que depois de receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.

Uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe ter afirmado que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.

A versão é contestada pelo médico legista que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha. A autópsia também apontou que Sophia pode ter agonizado por até seis horas antes de morrer. O padrasto e a mãe da menina são acusados do crime e estão presos.

Abusos
A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni em 2008, analisou material enviado pela advogada do pai de Sophia, Janice Andrade. Em seu parecer, Rosângela afirma que a menina foi abusada inúmeras vezes.

“A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise feita.