Audiências do ‘Clã Morinigo’, alvo de operação por lavagem de dinheiro, devem durar cinco meses 

Deverão ser ouvidas cerca de 84 testemunhas

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Lancha apreendida durante investigação contra o Clã Morinigo. (Foto: PF/Divulgação)

A Justiça Federal marcou as audiências de instrução e julgamento do ‘Clã Morinigo’, alvo da Operação Status, em 2020, por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas para início de 2024. Em setembro deste ano, o TRF3 (Tribunal Regional Federal) revogou as medidas cautelares de Emídio Morinigo Ximenez, Jeferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo.

As audiências terão início em fevereiro de 2024, se estendendo até junho do mesmo ano. Em junho pelo menos 12 réus da operação deverão ser ouvidos tanto de forma presencial como por videoconferência.

São réus Jefferson Garcia Morinigo, Kleber Garcia Morinigo, Emidio Morinigo Ximenez, Taironde Conde Costa, Gilza Augusta de Assis e Silva, Alexandre Lima Vilhanueva, Slane Chagas, Joselito Pinheiro de Abreu, Gustavo de Souza Garcia, Yuri Rodrigo Vinco de Oliveira, Elcio Tulio Jorge e Alexandre Martines.

Em fevereiro, deverão ser ouvidas pelo menos oito testemunhas de acusação, que devem se estender até março. Nos outros meses, serão mais 76 testemunhas ouvidas. As audiências têm início às 13h30 pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.

Parte do grupo teve a revogação das medidas cautelares no dia 28 de setembro deste ano. A decisão da revogação das medidas cautelares do ‘Clã Morinigo’ foi publicada pela 5ª Vara Federal de Campo Grande. Agora os acusados deverão comparecer mensalmente à Justiça para comunicar atividades e mudança de endereço. As medidas cautelares impostas poderão ser, a qualquer tempo, modificadas ou adaptadas e deverão ser objeto de nova avaliação na hipótese de descumprimento da ordem pelo acusado.

Em outubro de 2022, a 5ª Vara Federal de Campo Grande negou pedido a Emídio Morinigo Ximenez, Jefferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo para retirar da Justiça Federal em Mato Grosso do Sul e enviar a uma Vara Criminal de Várzea Grande (MT) denúncias de formação de organização criminosa e tráfico internacional de entorpecentes atribuídas ao “Clã Morinigo”.

Contudo, a defesa dos Morinigo pediu a remessa dos autos para uma das varas criminais de Chapada dos Guimarães. Isso porque lá está uma das propriedades do grupo – a Paraíso do Manso Resort, que integraria um patrimônio milionário ostentado pela família.

Ostentação ‘Clã Morinigo’

Emidio Morinigo Ximenez, Jefferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo foram denunciados por formação de organização criminosa e tráfico internacional de drogas.

Eles foram alvos, em 2020, da deflagração da Operação Status. Ela apurou crimes e a prática de lavagem do dinheiro originário do tráfico, conforme a acusação, com mais frequência em Mato Grosso do Sul.

A defesa dos Morinigo pediu a remessa dos autos para uma das varas criminais de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Isso porque lá está uma das propriedades do grupo – a Paraíso do Manso Resort, que integraria um patrimônio milionário ostentado pela família.

A defesa dos denunciados aponta que a compra da propriedade remonta à data anterior “à suposta ocorrência do delito de tráfico internacional de drogas descrita na denúncia”. O mesmo valeria para uma aeronave, comprada em 2015. Os fatos da Status começaram a ser apurados em 2018, isto é, dois anos antes da deflagração da operação.

Assim, eles se valem da aquisição dos bens antes das investigações para apontar não ser competência da Justiça Federal o processamento do caso. Isso porque as propriedades não seriam advindas do tráfico internacional de drogas – o que é competência dessa esfera do Judiciário.

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