Após admitir que sabia do crime, namorada de assassino de Adriana fica em silêncio na delegacia

Crime aconteceu no domingo (23) na frente da filha do casal, de 9 anos, e autor é procurado pela polícia

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(Reprodução Redes Sociais)

A namorada do assassinado de Adriana Pereira, de 36 anos, que foi morta no domingo (23) com cinco tiros na frente da filha de 9 anos, em Anastácio, a 134 quilômetros de Campo Grande, segue presa por posse irregular de arma de fogo de uso permitido. Na delegacia chegou a ser arbitrada fiança de R$ 2 mil, que não foi paga. Ela ainda não passou por audiência de custódia.

A mulher, de 41 anos, apesar de ter falado que sabia do crime à polícia, na delegacia ela preferiu ficar em silêncio. Disse apenas que trabalha como diarista e tem dois filhos menores, de 12 e 17 anos, que dependem dela e que nunca foi presa.

Após o feminicídio, a polícia recebeu denúncia de que havia uma pessoa na casa do assassino e uma equipe foi deslocada para o local. Na residência encontraram a namorada do autor. Ela disse que estão juntos há 7 meses e que sabia do crime, pois o namorado ligou para ela avisando.

Depois, o homem ainda passou na residência para pegar alguns pertences e fugiu.

Com a autorização da mulher, os policiais vistoriaram a casa e encontraram embaixo de um colchão uma meia amarrada e no meio dela 12 munições de calibre .38 intactas e outras três deflagradas.

Ao ser questionada, a mulher contou que sabia do crime e sabia que o namorado tinha arma. Contou inclusive que o homem já tinha prometido matar Adriana várias vezes.

A mulher disse que as munições são de propriedade do namorado. Porém, como estava sob responsabilidade da namorada e ela sabia, foi presa em flagrante por posse irregular.

Sete boletins por violência doméstica

Conforme apurado, o assassino de Adriana já tinha sete registros de violência doméstica, ameaça, dano, contra suas ex-mulheres.

Os boletins de ocorrência começaram a ser registrados desde o ano de 2008 e depois em 2009, sendo um no mês de março e outro no mês de abril, e mais registros em 2010 e 2022, sendo o último feito por Adriana. 

Duas ex-mulheres do autor registraram boletins de ocorrência contra ele. Uma das mulheres de 39 anos registrou um BO no dia 31 de julho de 2010, dizendo que havia se relacionado com o autor e os dois haviam terminado há 15 dias, sendo que estavam conversando para reatar até que o viu com outra mulher na rua. 

Quando ele viu que havia sido flagrado, a derrubou da moto onde estava e passou a agredi-la com socos no rosto e chutes. Já Adriana registrou um BO em novembro de 2022, quando foi agredida pelo autor que tentava reatar o relacionamento.

Adriana contou no dia dos fatos que estava separada do autor há 10 dias e que ele insistia em reatar o relacionamento. Sendo que ela negou e foi espancada por ele com socos e chutes. 

O autor teve o pedido de prisão expedido pela polícia e é procurado.

Feminicídio majorado

Adriana estava na companhia de uma mulher e da filha de 9 anos, fechando o bar, por volta das 14h30, quando o ex-marido apareceu em uma motocicleta, de cor verde, desceu e fez disparos em direção à vítima, que foi atingida por cinco disparos, sendo quatro na região posterior do tórax e um no braço. 

A vítima chegou a ser socorrida pelo cunhado, mas não resistiu e morreu no hospital. Logo após o crime, o ex-marido de Adriana fugiu. Em diligências, a polícia foi até a casa da namorada do suspeito e ela confirmou que ele havia fugido depois de confessar que havia assassinado Adriana.

Segundo a namorada do autor, ele foi até a casa dela pegar algumas roupas e fugiu. Na residência os policiais encontraram embaixo do colchão, dentro de uma meia, 12 munições intactas e três deflagradas. A mulher foi encaminhada até a delegacia para ser ouvida. O homem é procurado. 

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