Uniforme leva polícia até adolescente suspeito de estuprar dona de loja em Campo Grande

Adolescente não foi detido, mas pode ser internado por até três anos

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Roupas usadas pelo adolescente durante o crime. Foto: Danielle Errobidarte | Midiamax.

Após a polícia encontrar roupas, incluindo uniforme escolar, um adolescente de 14 anos foi identificado como autor do estupro de uma dona de loja de roupas, de 55 anos, no Jardim Anache. O caso aconteceu no dia 18 de abril e o rapaz compareceu à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) nesta segunda-feira (8).

O estudante foi localizado após denúncia anônima. Então, policiais da Deam fizeram buscas pela residência do jovem e encontraram as roupas usadas pelo autor do crime, que foram flagradas por câmera de segurança.

Segundo a delegada adjunta da Deam, Maíra Pacheco, o adolescente compareceu junto ao pai. Ela explicou que o autor caminhou cerca de dois quilômetros, viu a vítima em uma loja, esperou o movimento baixar, entrou e cometeu a violência sexual.

Contudo, para dificultar a identificação, colocou a camiseta da escola no rosto, abaixo dos olhos, e prendeu com cadarço para garantir firmeza. Assim, com rosto tampado, o adolescente entrou na loja e cometeu o crime.

A delegada afirma que após a denúncia, a Deam procurou o adolescente na escola — que estava fechada por motivos festivos.

Véspera do aniversário

O adolescente completa 15 anos nesta terça-feira (9) e negou aos policiais ser autor do crime. No entanto, o pai insistiu em levar o jovem até a delegacia para depoimento.

Ele disse que não sabia a razão de cometer o crime. Na delegacia, o adolescente descreveu que após sair da escola, encontrou uma faca e decidiu guardar para defesa pessoal.

Logo, passou em frente ao comércio e viu uma oportunidade de roupa. Ele afirmou que se preparou e anunciou o assalto e só depois pediu para a vítima entrar no banheiro, onde aconteceu a violência sexual.

Além disso, contou que não premeditou o crime. Porém, Maíra afirma que a versão não condiz com a gravação da câmera de segurança. A delegada explica que ele visualizou a loja e teve tempo de se preparar.

Histórico de agressividade

Além disso, o jovem estuda próximo ao local do crime. O pai leva o estudante até o colégio e na volta, retornava sozinho. O rapaz é órfão de mãe, que era usuária de drogas e morreu quando ele ainda era criança.

Durante o depoimento, o adolescente chorou e disse que ficou com medo da reação do pai, pois não queria desapontá-lo.

Também afirmou que se arrepende do crime e gostaria de se desculpar com a vítima. Então, por não se enquadrar em flagrante, o jovem não foi detido.

A delegada não responsabilizou o pai. Conforme a Maíra, ficou claro que o homem não sabia que o filho era o autor do crime. Além de que chegou a encaminhar o vídeo divulgado pela polícia e questionar o adolescente, devido à semelhança.

Os policiais não localizaram a faca citada pelo autor. Por fim, a Deaji (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) irá continuar a investigação e o adolescente pode pegar até três anos de internação. Sem histórico e passagem, ele possui relatos de agressividade e brigas no colégio.

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