Um ano após morte por dívida de R$ 200, ‘Foguinho’ vai a julgamento e companheira é solta

Eles são acusados da morte de Gilmar da Silva Costa, em novembro de 2021, mas mulher foi impronunciada

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(Foto: Henrique Arakaki – Arquivo Midiamax)

Um ano após o homicídio de Gilmar da Silva Costa, morto a facadas no dia 25 de novembro de 2021 na Vila Marli, Jhonny Anastácio Reinaldo do Nascimento, vulgo ‘Foguinho’, foi pronunciado, teve a prisão mantida e aguarda data para ser julgado durante Tribunal do Júri, em Campo Grande. A companheira dele, que chegou a ficar presa acusada de participação no homicídio, foi solta em outubro.

Gilmar foi encontrado morto no quintal, por um vizinho, que percebeu o portão aberto e chamou pela vítima, mas não teve resposta. Ao entrar na casa, encontrou ‘Gil’ – como era conhecido na região – caído no quintal, ensanguentado. Dentro da residência, estava o cunhado da vítima, que é cadeirante e não consegue falar.

O socorro foi acionado, mas Gilmar já estava morto, com ferimentos na cabeça, braço, mãos e tórax. A perícia ainda apreendeu um par de chinelos, brinco, molho de chaves, lâmina e um cabo de faca. Jhonny foi preso horas após o crime, por policiais da 2ª Delegacia de Polícia da Capital.

A companheira de Jhonny teve a prisão preventiva revogada no dia 25 de agosto deste ano, e foi impronunciada pelo homicídio de Gilmar. Já Jhonny foi pronunciado, no mesmo dia, e teve sua prisão mantida. Além disso, o juiz Carlos Alberto Garcete determinou que ele fosse levado ao Tribunal do Júri, mas ainda não teve data do julgamento marcado. O juiz considerou que “ainda estão presentes os fundamentos que a determinaram”. Por enquanto, ele segue preso no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Jhonny está preso no IPCG e aguarda data de julgamento. (Foto: Divulgação/ Arquivo Midiamax)

Jhonny alegou legítima defesa em juízo, explicando que, na semana anterior ao crime, sua companheira havia pego R$ 200 emprestados com a vítima e deixado o celular como garantia. Ao voltar para devolver a quantia, a mulher teria entrado sozinha na casa de Gilmar e, instantes depois, Jhonny alegou ter a ouvido gritar, dizendo que a vítima não queria devolver o celular e teria a agarrado.

Jhonny, então, disse ter questionado Gilmar: “o que está acontecendo? Cadê o celular da minha mulher? Para de agarrar ela (sic)”. Em seguida, teria sido atacado pela vítima com uma faca. Ele afirmou, em depoimento, que conseguiu tirar a faca da mão de Gilmar e dado golpes nele, acabando por matá-lo. “A única coisa que eu queria era tirar ela de lá e ir embora, só que eu queria o celular dela”, afirmou no processo.  

Gilmar levou pelo menos 20 facadas pelo corpo, principalmente na cabeça, apontou laudo pericial. (Foto: Reprodução/ processo)

Já a mulher alegou que, ao entrar no imóvel, Gilmar teria dito que “só devolveria o celular se ela mantivesse relações sexuais com ele (sic)”. Ainda conforme a versão dela, ouviu o companheiro e Gilmar entrando em luta corporal, mas após chegar em casa encontrou Jhonny tomando banho e foram dormir. Ela disse que foi surpreendida na manhã seguinte com a chegada da polícia em sua casa.

O laudo pericial concluiu que foram desferidas mais de 20 facadas em Gilmar, a maioria na região da cabeça. O MPMS alegou que “as facadas desferidas na vítima foram desproporcionais e exageradas”. Além disso, a promotora responsável pelo caso, Lenirce Aparecida Avellaneda Furuya, pediu a inclusão da qualificadora de motivo fútil no crime de homicídio.

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