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Polícia

Supremo paraguaio quer anular absolvição de ‘Cachorrão’ pela morte do jornalista Léo Veras

O pedido de auditoria é assinado pelo Ministro do Supremo Tribunal de Justiça
Marcos Morandi -
Absolvição de 'Cachorrão' aconteceu na quinta-feira (Foto: Divulgação)

Após manifesto expedido pelos promotores paraguaios, o Conselho de Superintendência do Supremo Tribunal de Justiça ordenou uma revisão imediata nos autos do processo em que Waldemar Pereira Ribas, o ‘Cachorrão’, foi absolvido. Ele foi apontado como responsável pela execução do Jornalista Léo Veras, em .

A medida da corte de Justiça do Paraguai representa uma revisão completa do caso registrado como “Ministério Público c/ Waldemar Pereira Rivas s/ Intencional e Outros nº 765/2020″, processado na cidade de Pedro Juan Caballero da Comarca de Amambay. A intenção é anular o julgamento.

O pedido de auditoria é assinado pelo Ministro do Supremo Tribunal de Justiça e Superintendente da Comarca de Amambay, César Manuel Diesel Junghanns, e questiona a decisão Tribunal de Sentença de Pedro Juan Caballero.

A absolvição de Waldemar Pereira Ribas, o ‘Cachorrão’, que continua preso por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital), foi assinada pelas magistradas Carmen Silva Bóbeda, Juana Aguirre e Mirna Soto.

Nas alegações finais, o Tribunal de Sentença de Pedro Juan Caballero alega que o Ministério Público não fez o trabalho direito. A crítica é extensiva ao promotor assassinado na Marcelo Pecci, que foi o primeiro a realizar batidas na propriedade de ‘Cachorrão’.

Além disso, na fundamentação das magistradas, as investigações do Ministério Público paraguaio não provaram a existência do ato punível de associação criminosa e homicídio doloso, pelo que foi absolvido de culpa e punição.

Entretanto, para o Ministério Público, não há dúvidas de que o criminoso teria sido cúmplice do homicídio ao fornecer material logístico aos supostos assassinos, que executaram o jornalista a tiros. Na propriedade de sua irmã, foi encontrado um Jeep Cherokee que aparentemente foi usado no crime.

Impunidade ao crime organizado

O promotor Andrés Arriola, não aceita a decisão do Tribunal. Ele havia pedido uma pena de prisão de 14 anos para ‘Cachorrão’. Leo Veras foi morto enquanto jantava em uma pequena sala de jantar atrás de sua casa, localizada no bairro Jardín Aurora, em Pedro Juan Caballero. 

“O Ministério Público […] manifesta a sua preocupação de que os casos de alta complexidade não sejam julgados nos Tribunais Especializados na matéria, permitindo a impunidade para os casos de crime organizado”, diz um trecho da nota divulgada pelo MP.

Segundo o órgão, o caso não deveria ser tratado e deixa subtendido que o crime organizado continua impune, uma vez que as investigações sobre a morte de Léo Veras foram iniciadas pelo promotor Marcelo Pecci, assassinado na Colômbia.

Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato. A testemunha revelou, apenas, que viu um carro de cor branca fugindo do local.

‘Cachorrão’ foi preso no dia 1º de maio daquele ano, em Pedro Juan Caballero, por agentes da polícia paraguaia. Durante o julgamento, foi incluído pelo Ministério Público o laudo técnico da perícia do celular de Waldemar Pereira Rivas.

O aparelho foi apreendido na cela de ‘Cachorrão’, no presídio. Também foi verificado que o Jeep Renegade, de cor branca, usado na execução do jornalista, era de propriedade de ‘Cachorrão’.

Execução de Léo Veras

Léo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque.

Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido. Lá, os criminosos terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos.

Em seguida, o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista.

“Cachorrão” foi preso por agentes da Polícia Nacional por envolvimento com o PCC (Foto: Divulgação)

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