Entres linhas investigativas adotadas pela equipe designada para acompanhar o assassinato do promotor e procurador antidrogas, Marcelo Pecci, executado em plena lua de mel em Cartagena, na Colômbia nesta terça-feira (10), estão vários rastros de casos que estavam na lista de pendências. Um deles é a ocorrida em Pedro Juan Caballero, fronteira com Mato Grosso do Sul, no dia 9 de outubro de 2021.

Passados sete meses, do ataque em que quatro pessoas morreram quando saíam de uma festa em Pedro Juan Caballero, entre elas a filha do governador do Departamento de Amambay, Ronald Acevedo, Haylee Acevedo, de penas 21 anos, o caso segue sem solução. Haylee  estudava medicina e era sobrinha do prefeito da cidade, José Carlos Acevedo.

Durante entrevista concedida a emissora de rádio do Paraguai, o, comandante da Polícia Nacional, afirmou nesta quarta-feira (11), que todas as conexões relacionadas aos casos investigados pelo promotor Pecci, serão levadas em consideração.

“Alguns casos que estavam na pasta de investigações do promotor Pecci são estrangeiros, de países árabes, e até brasileiros, uma vez que ele ajudou a desarticulações de grupos criminosos como o PCC. A maioria dos casos são importantes, crime organizado, narcotráfico, até terrorismo. Um a um, todos eles serão analisados pelas nossas equipes”, explicou o comandante da Polícia Nacional.

Além da chacina em que morreu a filha do governador do Departamento de Amambay,  o promotor assassinado nesta terça-feira (10) trabalhou, está  a morte do jornalista Léo Veras, em Mato Grosso do Sul, executado em fevereiro de 2020.

Ele também trabalhou na detenção do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho no Paraguai, por porte de documentos falsos. Seu principal caso em investigação era a operação “A Ultranza Py”, a maior contra a lavagem de dinheiro no Paraguai, que começou ao fim de 2019, em cooperação com órgãos dos Estados Unidos, a União Europeia e o Uruguai.

Carro em em estava a filha do governador e mais três pessoas, recebeu mais de 100 disparos

Confira aqui a lista de casos investigados por Marcelo Pecci:

Em 2012 – Captura e expulsão de Kassem Mohamad Hijazi

Agentes da Unidade de Investigação Sensível da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e do Ministério Público conseguiram prender um cidadão árabe residente em Ciudad del Este. A detenção do estrangeiro foi para fins de extradição para os Estados Unidos. realizada para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro.

Em 2013 – Operação Falcão I

A Operação “Halcón I” da Senad conseguiu a apreensão de mais de 311 quilos de cocaína após confronto com traficantes em uma pista clandestina no distrito de Lima, San Pedro, no Paraguai.

Em 2014 – Operação Falcão VI

Apreensão de um carregamento de 350 quilos de cocaína a bordo de um avião monomotor Cessna 206 com matrícula boliviana tentou decolar, porém os certeiros atingiram o trem de pouso do avião guiado por dois bolivianos. Aeronave não decolou e a droga foi apreendida.

Em 2016 – Mais de 18 toneladas de maconha em Villeta

Um total de 18.900 mil quilos de maconha prensada chegaram à sede do Senad em Assunção como resultado de um porto clandestino localizado no córrego Para’y, a cerca de 35 quilômetros de Villeta.

Em 2017 – Zootopia

Desmontagem da maior estrutura aérea do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraguai foi possível por meio de uma operação de inteligência interinstitucional batizada de “Zootopia” — com o resultado da qual se conseguiu a apreensão de mais de 500 quilos de cocaína.

Em 2018: Operação Austral

Desmantelou um esquema internacional de tráfico de drogas. Uma operação antidrogas das autoridades nacionais permitiu o desmantelamento de uma estrutura internacional de narcotráfico sediada no país. A operação consistiu em quatro batidas simultâneas nos departamentos de Itapúa e San Pedro. Foram apreendidos 448 quilos de cocaína, 7 aeronaves e cinco pessoas foram presas.

Captura e expulsão de Nader Mohamad

Na investigação realizada no Paraguai sobre lavagem de dinheiro contra Nader Mohamad Farhad, que tem dois pedidos de extradição dos Estados Unidos, um agente infiltrado lhe deu nada menos que 250 mil dólares, que foram remetidos ao exterior.

Em 2022 – A Ultranza Py

Durante desdobramento da operação “A Ultranza Py”, nove pessoas foram detidas, 25 pessoas acusadas de lavagem de dinheiro, além de um grande número de bens e veículos apreendidos, dentro do desdobramento nacional antidrogas.