Polícia investiga legítima defesa e PMs não serão afastados após morte de filho de secretária
A arma usada por Pedro contra os policiais não tinha registro
Thatiana Melo –
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Os policiais militares envolvidos na morte de Pedro Henrique Evangelista Bahia, de 24 anos, na madrugada de domingo (15), em Jardim, a 239 quilômetros de Campo Grande, não deverão ser afastados, ficando lotados na unidade de origem, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar.
De acordo com informações, os policiais serão avaliados por uma psicóloga, e deverão continuar lotados na unidade de origem, e só depois da avaliação psicológica e do resultado do laudo é que será determinado onde os policiais ficarão. Ainda conforme apurado, os policiais teriam agido em legítima defesa deles e de outras pessoas que estavam no local.
Ainda segundo as informações passadas, Pedro chegou a executar disparos, mas a arma falhou. Os militares não deverão ficar presos.
Pedro estava tentando entrar em uma festa particular, e não tinha a pulseira que indicava que ele era convidado do evento. Ele foi proibido de entrar no local e acabou discutindo com um segurança do bar. Durante a discussão, o filho da secretária disse que voltaria armado.
Passados uns 15 minutos, Pedro voltou em uma camionete e desceu já com a arma em punho. Um amigo de Pedro teria tentado impedi-lo quando o rapaz disse: ”Só quero aquele bobo”.
Arma sem registro
Informações são de que Pedro não possuía porte de arma de fogo, e a arma que ele estava usando não tinha registro, ou seja, não estava cadastrada em nome de ninguém. A arma não tinha numeração raspada. Pedro voltou armado ao local depois de ser impedido de entrar por um segurança.
Quando ele voltou ao bar, testemunhas gritaram “ele está armado”. O proprietário do estabelecimento, uma casa de shows, acionou a Polícia Militar e relatou que Pedro teve uma briga com o segurança. Depois, disse que iria em casa buscar uma arma e voltaria. Equipe foi ao local dos fatos e fez rondas, mas logo ouviu os disparos. Os militares se aproximaram e encontraram Pedro caído na rua, com lesões por arma de fogo no tórax, abdômen e ombro esquerdo.
Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou o rapaz até o Hospital Marechal Rondon. Momentos depois, o rapaz morreu na unidade.
Relato dos policiais
Os três militares estavam na casa noturna, de folga, armados com as armas da corporação. Em determinado momento, chegou ao local a Hilux branca e o rapaz teria descido já com a arma em punho, apontando para as pessoas que estavam na frente, que gritaram: “Ele está armado, ele está armado”.
Dois militares foram em direção a Pedro e teriam se identificado como policiais, exigindo que ele abaixasse a arma. A ordem não foi acatada e Pedro apontou a arma em direção a um dos militares, acionando o gatilho. Nas imagens a que o Midiamax teve acesso, é possível ver Pedro apontando a arma para o rosto do militar.
Consta no registro que os policiais atiraram contra Pedro, agindo em legítima defesa. Um terceiro militar que estava com os colegas chegou a sacar a arma, mas não atirou. O proprietário da casa noturna testemunhou os fatos e entregou as imagens das câmeras para a polícia.
Os policiais militares foram encaminhados para o batalhão e, depois, para a 1ª Delegacia de Polícia Civil. A arma que estava com Pedro, um revólver, foi apreendida. Foi instaurado inquérito policial militar para apurar os fatos e a Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) também foi acionada.
Após os fatos, os militares foram afastados até que termine o procedimento. O caso é tratado como porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio, cometidos por Pedro, além de homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
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