Um dos pistoleiros acusados de atirar várias vezes contra um militar do Exército em uma tabacaria, na Rua Euclides da Cunha, na madrugada do último sábado (28), já foi preso pelo assassinato de Laura Casuso, em 12 de novembro de 2018. Laura era advogada de Jarvis Pavão e foi morta por pistoleiros de Sergio Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os três homens apontados como autores dos disparos de arma de fogo são de e têm 25, 27 e 28 anos. O mais velho estava preso ainda em 2020, cumprindo pena pelo assassinato da advogada. Além dele, Júlio César Gomes, Rafael de Souza, Felipe Diogo Fernandes Dias, Ailton Botelho dos Santos e Luciano de Souza Martins também são réus pelo crime.

Os seis executores foram presos em fevereiro de 2019 e ficaram presos em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã em um forte esquema de segurança.

Pistoleiro é acusado de matar advogada
(Reprodução)

Áudios da advogada

Antes de ser executada, Laura — que além de Pavão defendia Marcelo Piloto — teria gravado vários áudios, divulgados pela imprensa paraguaia. Nos áudios, a advogada falava sobre o envolvimento da alta cúpula da polícia na proteção a Minotauro, dando trânsito livre ao narcotraficante e controle da região.

Laura teria deixado um áudio onde expunha o general Piñanez que a teria advertido para que ficasse quieta, pois poderia sofrer consequências. Segundo o que foi noticiado na época, o diretor da Secretaria Nacional Antidrogas, Arnaldo Giuzzio, teria dito que Laura foi executada como queima de arquivo, já que tinhas muitas informações por ser ligada aos líderes e cabeças do narcotráfico.

Morta a tiros por pistoleiros

A advogada foi executada com mais de 10 , que atingiram o abdômen, tórax, pescoço e membros superiores, causando lesões vasculares e múltiplas fraturas. Ela chegou a ser socorrida e passar por cirurgia, mas não resistiu e morreu.

Imagens de câmeras de segurança gravaram o momento da execução de Laura. Nas imagens, é possível ver quando os pistoleiros chegam em uma camionete, de cor preta, e Laura saía de uma casa. Um dos homens desce e faz vários disparos contra ela, que cai na calçada. Em seguida, eles fogem.

Confusão e tiros em tabacaria

O caso aconteceu na madrugada do sábado. O cliente que estava no local retira duas armas da cintura para ‘intimidar' o militar do Exército, que está dentro do estabelecimento, em um deck. Eles teriam se identificado como membros de facção ao rapaz durante a briga.

Pelas imagens, é possível ver quando os homens começam a discutir do lado de fora com o militar. Um deles, que está com um copo de bebida nas mãos, arremessa o conteúdo contra os clientes do local.

Eles passam a discutir e depois dois atravessam a rua enquanto o terceiro, que está com duas armas, faz os disparos contra as pessoas, que estão na frente da tabacaria. Eles vão ao carro e voltam, sendo que dois deles seguem atirando. Depois, voltam correndo ao carro e fogem.

Imagens divulgadas pela de mostram quando o carro, um Chevrolet Cruze blindado, entra na Rua 14 de Julho, uma das principais vias da cidade na contramão. Em seguida, o veículo encontra uma viatura que fazia rondas pela área central.

Os agentes descem do carro para abordarem o condutor, que até faz menção de descer. Porém, ele acelera o carro e foge do local.

Carro abandonado

Após a confusão na tabacaria e pela área central da cidade, o trio de suspeitos abandonou o Cruze blindado na região da Orla Morena, em Campo Grande. Os suspeitos foram identificados logo após o crime, como moradores em Ponta Porã.

No carro, foi encontrada a cópia de um RG. O proprietário da tabacaria relatou à Polícia Civil que a confusão teria começado com os envolvidos “se esbarrando” no estabelecimento. A vítima — que é militar do Exército — teria levantado a camisa e mostrado uma pistola 9 milímetros.

*Matéria editada para correção de informação