Ainda com um clima tenso entre indígenas da etnia Guarani Kaiowá e fazendeiros, após o assassinato do jovem Alex Recartes Vasques Lopes, de 18 anos, que recebeu cinco tiros enquanto buscava lenha em um córrego, na região de Coronel Sapucaia, a 396 quilômetros de Campo Grande, a PF (Polícia Federal) deslocou três equipes duas de Ponta Porã e uma de Naviraí. Uma fazenda foi invadida pelos indígenas em represália.
A PF informa que foi instaurado um (NCV) Notícia Crime em Verificação, para confirmar se a morte do indígena tem relação com disputas territoriais locais ou que atinja a comunidade indígena como um todo.
O caso
De acordo com lideranças indígenas da região, Alex estava com a esposa da Reserva Taquaperi, onde moram. Enquanto ela tomava banho no córrego, ele foi buscar lenha. Da água, ela teria ouvido os tiros. Com medo, voltou correndo para a comunidade para pedir ajuda. O assassinato teria acontecido no Brasil, mas o corpo foi arrastado para o outro lado da fronteira, que fica a cerca de 10 km da Reserva, na cidade de Capitán Bado.
Em represália ao assassinato do jovem Guarani Kaiowá e também para pedir justiça, os moradores da Taquaperi, que fica em Mato Grosso do Sul e onde vivem mais de três mil famílias, decidiram retomar uma fazenda que, segundo eles, historicamente pertence à reserva.

“A comunidade está muito sentida e revoltada, porque foi o assassinato de um jovem que tinha ido buscar lenha com a namorada no córrego que fica nas proximidades da reserva”, relata o coordenador do Cimi (Conselho Missionário Indigenista em Mato Grosso Sul), Matias Benno Rempel.
Matias disse à reportagem do Midiamax, que a retomada a essa propriedade ocorre para existir justiça pelo Alex. “As mortes e assassinatos nesta região são corriqueiros. Para se ter uma noção do que acontece em relação às questões indígenas na região, que aparentemente estava tranquila, o Alex é o quarto da mesma família a ser assassinado”, conta.