‘Não tive intenção de colocar ela lá dentro’, diz mãe que enterrou filha de cabeça para baixo
Júri popular de Emileide Magalhães está sendo realizado nesta quarta-feira
Arquivo –
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“Não tive a intenção de colocar ela [Gabrielly] lá dentro”, disse Emileide Magalhães, na manhã desta quarta-feira (12), durante o julgamento em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Ela é acusada de matar a filha Gabrielly Magalhães, de 10 anos, estrangulada. O crime aconteceu em Brasilândia, em março de 2020.
Emileide afirmou, durante o júri popular desta quarta (12), que amava a filha e que não sabia o que estava fazendo no dia do crime. “Estava fora de mim”, afirmou quando foi questionada sobre o motivo para assassinar a criança. Gabrielly foi estrangulada e enterrada viva de cabeça para baixo em um buraco, na cidade de Brasilândia, a 382 quilômetros da Capital.
Ainda durante o julgamento, Emileide disse que não cavou o buraco para enterrar a filha, e que sim caiu no local acidentalmente, levando Gabrielly junto, já que a menina estava com um fio envolto no pescoço. Após a filha cair, ela teria se apoiado na menina para sair do buraco. Ela afirmou que não cavou o buraco para esconder o corpo da filha, e sim que o buraco já estava no local.
Após isso, Emileide passou a jogar terra e peles de animais mortos em cima para cobrir o buraco. Em seguida, tanto o irmão de Gabrielly como a mãe passaram a fazer ‘piseiros’ ao redor e no buraco para não deixar pistas.
Emileide ainda disse que não se lembrava de muitos detalhes sobre o dia do crime, já que estava bêbada e havia usado cocaína. Ela disse que, apenas, se lembra de entrar no carro com a vítima e com o irmão de Gabrielly, e depois de estar no local em que a menina foi estrangulada. Durante o depoimento, Emileide ainda disse não saber sobre os abusos cometidos pelo marido contra a filha.
O juiz passou a ler trechos de cartas escritas por Gabrielly para a mãe, onde a menina dizia que a amava e que a mãe era a pessoa mais linda. Emileide respondeu que até hoje não sabe a verdade sobre os estupros cometidos contra a filha.
Estupro e homicídio
Em 21 de março de 2020, o crime foi descoberto pela Polícia Civil do município após a criança ser encontrada enterrada. Foi apurado que a própria mãe, Emileide Magalhães, de 30 anos, foi quem matou a filha a estrangulando e enterrando viva, causando a asfixia da criança.
Ainda nas investigações policiais, foi apurado que, em 2019, a vítima chegou a contar para uma colega de sala que estava sendo estuprada pelo padrasto. A colega teria orientado a menina a contar para a professora, mas como a vítima já tinha sido ameaçada pela mãe por conta dos abusos, preferiu manter o silêncio.
A mãe da vítima teria cometido o crime por ciúmes do marido, que estuprava a criança. O irmão, três anos mais velho, testemunhou o crime e foi obrigado a ajudar a mãe. Ele também acabou internado na Unei (Unidade Educacional de Internação), mas foi liberado dias depois.
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