Namorada de policial convidou jovem em bar para motel e depoimentos confirmam tiro acidental
Todos os envolvidos até o momento confirmaram a versão dada pelo policial em Campo Grande
Arquivo –
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O escrivão da Polícia Civil Robson Correa do Canto que disparou contra a namorada, de 39 anos, durante uma discussão em motel na última segunda-feira (28), prestou depoimento e confirmou, junto a outras testemunhas, a versão de que o disparo que atingiu a namorada foi acidental. Também já foram ouvidos a jovem que estava com o casal, e fugiu do motel em seguida, além de funcionários e uma testemunha que estava na Santa Casa.
Conforme informações obtidas pelo Jornal Midiamax, o casal teria conhecido a jovem em um bar próximo à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), na noite do disparo. A namorada do policial civil é agente penitenciária federal e teria proposto para convidar a jovem para os três irem até o motel, localizado próximo do bar, no Jardim Paulista.
A vítima ainda não prestou depoimento, por estar internada na Santa Casa, aguardando melhora no quadro clínico. Ao chegar no motel, ela teria ficado com ciúmes do policial e dito que “não aguentaria ver aquela situação”. Então, decidiu ir embora, junto à convidada.
Entretanto, a agente penitenciária não conseguiu abrir o portão de elevação, voltando para o quarto na tentativa de pedir ajuda de Robson ou pegar a chave. Ele, por sua vez, teria dito para que ela esperasse ele arrumar suas coisas.
Segundo relatado pelo policial em depoimento, nesse instante teria começado uma discussão entre os dois, e ele colocou a vítima para fora do quarto. Ela, então, teria arrombado a porta e pego a arma de fogo dele que estava em cima de uma mesa de vidro no quarto. Ele afirmou não se lembrar de como se deu o disparo, mas disse ter tentado tirar a arma dela, e que “foi tudo muito rápido”. Em seguida já teria escutado o disparo.
Enquanto isso, ainda dentro do carro e do lado de fora do quarto, a jovem convidada enviava mensagens em um grupo de amigos no WhatsApp dizendo que o casal estava discutindo e que a vítima teria arrombado a porta.
Ao chegarem na Santa Casa, um policial que escoltava um preso e presenciou a entrada, teria ido ajudar o casal. Nesse momento, a vítima teria dito para ele “foi acidental, não me deixa morrer”. Em depoimento, a jovem teria relatado que ficou nítido que a vontade do convite partiu da vítima.
O caso
A polícia foi chamada na noite do dia 28 de fevereiro para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo em um motel, no Jardim Paulista, em Campo Grande. Informações são de que o casal — sendo Robson Correa do Canto um Policial Civil — teria chegado ao estabelecimento com uma terceira pessoa no carro.
Segundo a recepcionista do motel, após 15 minutos, ela teria ouvido uma discussão vinda do quarto e em seguida o disparo. Robson teria saído do quarto dizendo que a arma havia disparado acidentalmente.
A mulher foi atingida no abdômen e o tiro transfixou as costas. Ela foi socorrida pelo próprio policial até a Santa Casa. Um segurança do motel teria ido junto para ajudar.
No quarto foi encontrada uma cápsula deflagrada .40. Ainda segundo informações, o policial foi encaminhado para a Depac e depois para a Deam (Delegacia da Mulher). A terceira pessoa não foi localizada no motel, mas, segundo funcionários, pode ter saído pelo portão dos fundos do local.
Corregedoria
Segundo a nota divulgada pela polícia, todos os fatos estão sendo apurados. “Em relação aos fatos envolvendo o Policial Civil Robson Correa do Canto, informamos que a Delegacia Geral da Polícia Civil está acompanhando o caso de perto. Todos os fatos estão sendo apurados. Tão logo foi comunicada da situação, a Polícia Civil iniciou todas as diligências investigativas, apreendendo a arma utilizada, realizando oitivas e perícia no local. Eventual afastamento do servidor público estadual ficará a cargo da corregedoria, após uma análise geral dos fatos”, diz a nota.
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