Ouvida pela polícia nesta segunda-feira (22), mulher de 44 anos suspeita de ‘doar' o filho de 7 anos teria dado depoimentos contraditórios. Ela chegou a alegar que não providenciou a adoção do menino após o caso levar à de uma outra mulher, de 43 anos, por tráfico de pessoas.

Na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o menino foi ouvido em depoimento especial. Ele disse que iria sim viver no Mato Grosso, onde estudaria, e moraria com uma pessoa. Ou seja, deu a entender que seria sim adotado.

Além disso, ele chegou a contar que uma irmã também foi ‘doada' pela e que hoje mora em Rondonópolis (MT). A delegada Anne Karine, da Depca, afirmou que estão contraditórios os relatos feitos pela mãe do menino.

Inicialmente, ela teria dito que o menino iria ser adotado pelo irmão da conhecida, no Mato Grosso. Depois, disse que não iria ‘doar' o filho, mas sim que tinha conseguido um emprego no estado vizinho e que o menino apenas estava indo antes, mas que ela o encontraria.

O que foi apurado é que a mulher não teria condições de criar e manter a criança, já que não tem emprego e vive de ajuda de terceiros. O menino está sob cuidados do Conselho Tutelar no momento.

Mãe teria doado menino

Conforme informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na última quarta-feira (17) equipe abordou o em que a mulher viajava e constatou que ela não tinha parentesco com o menino, de 7 anos. Foi solicitado documento que comprovasse legalidade da viagem do menino e a mulher entregou uma procuração.

Os agentes verificaram que a procuração tinha sido feita pela mãe do menino, dando amplos poderes para autorizar a viagem interestadual. No entanto, no conteúdo havia informação de que a autorização tinha que ser dada pela Vara da Infância e Juventude.

Ainda segundo a polícia, não havia tal decisão judicial. Também foi constatado que não havia qualquer processo de adoção em nome do menino. A mulher alegou que viajava com ele até Mato Grosso, onde o irmão dela adotaria o menino.

Conselho Tutelar foi acionado e a suspeita foi encaminhada para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. Ela alegou que não sabia que a adoção sem ser pelos meios legais tradicionais era crime.

Ela ainda contou que soube que a mãe do menino queria colocá-lo para adoção, então conversou com o irmão, que demonstrou interesse em adotar a criança. O caso foi registrado como tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal. A mulher ficou presa em flagrante e acabou tendo a prisão preventiva decretada.