Foi condenada a 39 anos, 8 meses e 4 dias de prisão, em regime fechado, Emileide Magalhães. Ela responde pela morte da filha, Gabrielly Magalhães, que tinha 10 anos quando foi estrangulada e enterrada pela mulher em Brasilândia, a 382 quilômetros de Campo Grande.

Emileide foi a júri popular nesta quarta-feira (12) e a defesa tentou desqualificar o crime. No entanto, o Conselho de Sentença condenou a ré, por maioria dos votos, e com todas as qualificadoras. Assim, ela foi sentenciada pelo homicídio quadruplamente qualificado, além de ocultação de cadáver, comunicação falsa de crime e corrupção de menores.

A sentença é assinada pelo juiz Rodrigo Pedrini Marcos, que definiu a pena em regime inicial fechado, não podendo a ré recorrer em liberdade.

Depoimento de Emileide

Emileide afirmou, durante o júri popular, que amava a filha e que não sabia o que estava fazendo no dia do crime. “Estava fora de mim”, afirmou quando foi questionada sobre o motivo para assassinar a criança. Gabrielly foi estrangulada e enterrada viva de cabeça para baixo em um buraco.

Ainda durante o julgamento, Emileide disse que não cavou o buraco para enterrar a filha, e que sim caiu no local acidentalmente, levando Gabrielly junto, já que a menina estava com um fio envolto no pescoço. Após a filha cair, ela teria se apoiado na menina para sair do buraco.

Após isso, Emileide passou a jogar terra e peles de animais mortos em cima para cobrir o buraco. Em seguida, tanto o irmão de Gabrielly como a mãe passaram a fazer ‘piseiros' ao redor e no buraco para não deixar pistas.

Emileide ainda disse que não se lembrava de muitos detalhes sobre o dia do crime, já que estava bêbada e havia usado cocaína. Ela disse que, apenas, se lembra de entrar no carro com a vítima e com o irmão de Gabrielly, e depois de estar no local em que a menina foi estrangulada. Durante o depoimento, Emileide ainda disse não saber sobre os abusos cometidos pelo marido contra a filha.

O juiz passou a ler trechos de cartas escritas por Gabrielly para a mãe, onde a menina dizia que a amava e que a mãe era a pessoa mais linda. Emileide respondeu que até hoje não sabe a verdade sobre os estupros cometidos contra a filha.

Estupro e homicídio

Em 21 de março de 2020, o crime foi descoberto pela Polícia Civil do município após a criança ser encontrada enterrada. Foi apurado que a própria mãe, Emileide Magalhães, de 30 anos, foi quem matou a filha a estrangulando e enterrando viva, causando a asfixia da criança.

Ainda nas investigações policiais, foi apurado que, em 2019, a vítima chegou a contar para uma colega de sala que estava sendo estuprada pelo padrasto. A colega teria orientado a menina a contar para a professora, mas como a vítima já tinha sido ameaçada pela mãe por conta dos abusos, preferiu manter o silêncio.

A mãe da vítima teria cometido o crime por ciúmes do marido, que estuprava a criança. O irmão, três anos mais velho, testemunhou o crime e foi obrigado a ajudar a mãe. Ele também acabou internado na (Unidade Educacional de Internação), mas foi liberado dias depois.