Está marcada para o dia 8 de novembro a audiência de instrução e julgamento, para serem ouvidas testemunhas de acusação sobre o assassinato do fazendeiro Paulo Sérgio de Freitas, de 57 anos. Ele foi morto no dia 23 de setembro de 2021, a mando da filha e do genro, conforme identificado pela polícia.

A audiência foi marcada pelo juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida, da 1ª Vara Criminal de , onde ocorreu o crime. Conforme o registro da denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o assassinato aconteceu na Fazenda Araguaia, na zona rural de Naviraí, por volta das 14 horas daquele dia 23 de setembro.

Dayane Claudino Miranda Marcos, de 29 anos, filha do fazendeiro, e o marido Tiago da Rosa Marcos, de 35 anos, são apontados como mandantes do crime.

Fazendeiro foi morto a mando de filha e genro

Segundo a acusação, o crime foi cometido por motivo torpe e com recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. A Polícia Civil apurou ainda que, além da morte do pai, o casal teria ordenado também a morte da mãe, que não ocorreu.

O crime foi planejado pelos problemas de relacionamento familiar, além da disputa de terras entre o casal e a vítima. O aponta que o casal vivia em uma propriedade de Paulo e exigia que ele transferisse a terra para o nome da filha. Para cometer o assassinato, o casal contratou pistoleiros, que mataram o fazendeiro com 5 no rosto.

Logo após ser ferido com os disparos, ainda vivo, Paulo teria dito para a mulher que o crime só poderia ter sido cometido pelo genro.

Prisões dos réus

Primo de Tiago, Leandro Marcos Cambuí, de 40 anos, foi preso nas investigações, apontado como intermediário que contratou os pistoleiros. Um homem que atuou como motorista também foi preso. O carro utilizado no dia do crime, um GM Monza, passou por reparos em Guaíra (PR). Foi identificado que quem solicitou os reparos foi primo do genro de Paulo.

Com o apoio da Polícia Civil de Palotina (PR), os investigadores conseguiram identificar um dos pistoleiros contratados para o crime. Logo depois, os investigadores localizaram a casa onde os pistoleiros se esconderam após o homicídio do fazendeiro e identificaram o veículo utilizado para fuga.

Com isso, os policiais também conseguiram identificar o motorista responsável por auxiliar na fuga dos pistoleiros. Em 8 de outubro, foi realizada primeira fase da Operação Indignus Heres, onde foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar em Palotina (PR).

Segundo a polícia, durante a operação, foi apurado que o genro da vítima, o primo e um dos pistoleiros mantiveram contato telefônico antes, durante e depois do homicídio. Também foi apurado que um dos pistoleiros manteve contato telefônico com o genro da vítima dois dias após o crime, segundo a polícia.

Após novos indícios, no dia 20 de outubro, foi deflagrada a segunda fase da operação, quando foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar e dois mandados de temporária, em desfavor do genro da vítima e do motorista que deu fuga aos pistoleiros, na região de dos Gaúchos, em Guaíra (PR).

Depois, os policiais descobriram que Leandro fugiu para a cidade de Joinville (SC), e, por meio do Núcleo de Regional de Inteligência de Naviraí, conseguiram localizar o suspeito. Ainda durante a investigação, com o apoio de investigadores de Palotina (PR), foi realizada a identificação do segundo pistoleiro, que foi preso na cidade e encaminhado a Naviraí.

Ainda de acordo com a polícia, outro pistoleiro contratado morreu em Palotina (PR) durante confronto com policiais militares, após ter roubado uma caminhonete Hilux. Antes do crime, o primo do genro da vítima procurou um dos pistoleiros e ofereceu R$ 20 mil para cada um pelo crime. No dia 21 de setembro, o primo do genro da vítima levou os dois pistoleiros até Naviraí.

Conforme apurado pela polícia, os pistoleiros não chegaram a receber pelo crime, sendo que o único pagamento dado até então teria sido as armas usadas e um veículo Citroen C5 que está apreendido em Palotina (PR).

Os dois rapazes presos pela execução do crime são Thiago de Oliveira Leme, de 22 anos, e Ruan Victor da Silva Lopes, de 23 anos. Todos os acusados se tornaram réus em novembro de 2021.