‘Golpista de luxo’ de MS que inspirou até personagem de novela morre ao cair do 4º andar

Ela era considerada foragida desde 2012

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Kelly estava foragida desde 2012
Kelly estava foragida desde 2012

Kelly Samara Carvalho dos Santos, de 33 anos, morreu na madrugada de sexta-feira (18) após cair da sacada do apartamento, no 4º andar. Foragida da Justiça de Mato Grosso do Sul desde 2012, a ‘golpista de luxo’ estava vivendo em Santa Catarina, no município de Laguna.

Polícia Civil investiga a morte de Kelly, que teria caído da sacada do apartamento localizado na Rua Jornalista Antônio Bessa. O delegado William Testoni ouviu o homem que acompanhava Kelly no momento em que ela caiu da sacada e deu detalhes do depoimento ao site local, Agora Laguna.

Conforme o delegado, o casal chegou em casa por volta das 3 horas e o Corpo de Bombeiros foi acionado às 3h55. Segundo relato do homem, Kelly fazia uso de medicação controlada e o namorado queria terminar o relacionamento. Ele teria entrado em contato com familiares da mulher, para que levassem ela para casa.

“Começou a falar que iria se matar, chegando a ir próximo da sacada do apartamento”, disse. Ele alegou ainda que chegou a segurar Kelly e levar para dentro do apartamento algumas vezes, mas que ela estava alterada e acabou saindo novamente. “Se sentou sobre o mural e começou a fazer como se fosse ‘balanço’, indo e voltando, sentada, até que, das duas uma, ou se soltou ou não conseguiu se segurar”, confirmou o delegado.

O caso segue em investigação pela polícia local. Kelly ficou conhecida por série de golpes que aplicou. Ela era natural de Amambai e estava foragida desde 2012, quando fugiu do presídio em Dourados.

Golpes que inspiraram personagem

Kelly Samara foi uma das inspirações para o autor da novela “A Regra do Jogo”, João Emanuel Carneiro, para compor a personagem de Giovanna Antonelli. Como “golpista de luxo”, “falsa socialite” e até “bonequinha de luxo”, Kelly ficou conhecida em todo o país. Ela aplicou golpes em muita gente da alta sociedade de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

Já foi ‘filha’ de Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai, e também já assinou Tranchesi, dos proprietários da butique Daslu. Furtava dinheiro, cheques, cartão de crédito e até obra de arte. Aliás, foi este um de seus últimos golpes até ser presa em São Paulo. Depois de seduzir o filho do dono da galeria “Portal Galeria de Artes”, em São Paulo, Kelly furtou uma gravura do pintor espanhol Juan Miró, avaliada, na época, em US$ 18 mil. A obra foi vendida por ela por US$ 1 mil.

Aos 19 anos, Kelly deixou Amambai, com destino a São Paulo. Mas não foi lá que os golpes se iniciaram. Aos 13 anos, a garota já mentia compulsivamente e aplicava pequenos golpes. Em entrevistas à imprensa, na época de sua primeira prisão, Kelly afirmava ter sido abandonada pela mãe quando bebê e havia cortado relações com a família desde a descoberta dos golpes.

Foi presa pela primeira vez em São Paulo, em 2007, graças à denúncia de uma locadora de automóveis para qual devia R$ 6,5 mil. Depois de alternar períodos em liberdade e em prisões, ela acabou fugindo em 2012 da cadeia de Dourados, onde cumpria pena em regime semiaberto.

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