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Polícia

Ex-prefeito Marquinhos Trad é indiciado por estupro, importunação e assédio sexual

Marquinhos prestou depoimento de cerca de 4 horas na Deam nesta terça-feira
Mirian Machado, Thatiana Melo -
folha Marquinhos
Vereadores questionam gasto com pessoal e suspeitam de 'folha secreta'. (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

O ex-prefeito de Trad (PSD) foi indiciado pelos crimes de , importunação sexual e assédio sexual, conforme apurado pelo Jornal Midiamax. Ele prestou depoimento de quase 4h nesta terça-feira (18), na (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Conforme apurado pelo Midiamax, das 16 denúncias contra Marquinhos, 5 delas resultaram no indiciamento. Para o crime de estupro, a pena vai de 6 a 10 anos. Já para a prática de importunação sexual, a pena prevista no Código Penal varia entre 1 a 5 anos. Por fim, o terceiro crime pelo qual Marquinhos foi indiciado, de assédio sexual, tem pena de seis meses a dois anos de reclusão, mais multa.

Após ouvir o ex-prefeito, a delegada responsável pelas investigações, Maíra Pacheco, revelou que esse foi o ‘último ato’ do inquérito. “Agora é aguardar o resultado das diligências para poder encaminhar [o inquérito] ao Judiciário”, informou.

Marquinhos deixou a Deam por volta das 13h30 desta terça-feira e insistiu tratar de armação política. “O tempo vai mostrar que foi uma verdadeira crueldade o que fizeram”, declarou à imprensa. Ele adiantou que seus advogados já entraram com pedido de habeas corpus.

Trad havia sido intimado a prestar esclarecimentos ainda durante a campanha eleitoral, mas pediu adiamento alegando problemas de agenda, e só nesta terça foi até a delegacia. O ex-prefeito disse que tentou adiar o depoimento novamente, mas o pedido foi negado.

Delegada Maíra Pacheco é a responsável pela investigação que implica Marquinhos Trad. (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

Primeiras denúncias

A primeira denúncia feita contra Marquinhos Trad aconteceu no fim de junho deste ano, quando algumas mulheres procuraram a Corregedoria da Polícia Civil para relatar os crimes de assédio. Já no dia 26 de julho, em coletiva sobre o caso, a delegada Maíra Pacheco afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não constava no inquérito.

A defesa de Marquinhos alegou que as denúncias seriam falsas e que as mulheres estavam sendo pagas para registrarem boletins de ocorrência. A defesa ainda pediu pelo trancamento do inquérito e no dia 24 de agosto um parecer, assinado pelo promotor Alexandre Saldanha Capiberipe, trancou parcialmente algumas denúncias.

Trancamento de denúncias 

A defesa pediu para ‘derrubar’ 8 das denúncias que envolviam Marquinhos Trad em supostos crimes de assédio sexual. Casos em que não foram identificados crimes ou nos quais já tinham prescrito. Quem assinou o parecer foi o promotor Alexandre Saldanha Capiberipe.

Saldanha pontuou caso a caso, sendo que em 6 depoimentos, ele identificou situações em que achou que cabia atender ao pedido da defesa de Marquinhos, para trancar o inquérito policial. Como os relatos, que surgiram todos desde o mês de julho, se referem a fatos que teriam ocorrido há vários anos, como em 2005 ou 2013, os supostos crimes denunciados já teriam prescrito.

Prisão de ex-servidor da Prefeitura

No dia 31 de agosto o ex-servidor da Prefeitura acusado de coagir vítimas a mudarem seus depoimentos acabou preso. Ele teria procurado uma das testemunhas ouvidas no caso e a convencido a ‘desmentir’ o depoimento prestado. Assim, ela teria sido levada a um cartório, onde documento foi assinado, relatando o contrário do que tinha sido dito anteriormente à polícia.

Ex-servidor da prefeitura foi preso acusado de coagir vítimas a mudarem depoimento. (Foto: Marcos Ermínio / Midiamax)

Imagens mostram servidor coagindo vítima em cartório

Imagens gravadas no dia 25 de julho deste ano mostram quando o ex-servidor chega ao cartório em um veículo HB20. No banco do passageiro estava uma mulher – a vítima que foi levada ao cartório. Eles descem do carro e se juntam a mais duas pessoas, um homem e uma mulher, que não foram identificados.

Os quatro entram no cartório e a vítima aparece apreensiva, sempre levando as mãos na boca. Na sequência, os quatro sentam em um dos sofás da espera do local e algum tempo depois chega uma outra mulher, que é advogada, para auxiliar os trâmites da declaração que será registrada no cartório. 

Em outro momento, todos se reúnem em uma sala que não é monitorada por câmeras. O horário, segundo as imagens, é por volta das 16h52 do dia 25 de julho. Todos sentam no sofá e a vítima aparenta apreensão com a situação. O ex-servidor, que está em outro canto do cartório, passa pela jovem e a encara, a vítima leva as mãos ao rosto e aparenta chorar. 

Uma mulher, que não foi identificada e estava junto com o grupo, senta ao lado da vítima tentando acalmá-la. A vítima enxuga as lágrimas e demonstra mais uma vez apreensão, já que o ex-servidor passa novamente por ela a encarando. Já por volta das 17h55, todos deixam o cartório e a advogada sai com uma pasta contendo a documentação.

Na garagem, a vítima é ‘escoltada’ pelo ex-servidor até o carro dele. Ela vai embora junto com ele, no banco traseiro do HB20.

Ex-servidor levou suposta vítima até cartório para ela oficializar versão de depoimento (Foto: Reprodução)

Coação das vítimas

Duas vítimas relataram que no dia 18 de julho de 2022 foram procuradas pelo ex-servidor. Ele disse que tinha um ‘negócio’ bom para elas e que envolvia dinheiro, mas precisava falar pessoalmente em seu lava-jato. No dia 22, eles se encontraram e ele mandou que as mulheres desligassem os celulares e deixassem as bolsas para fora do escritório. 

Durante a conversa, o ex-servidor falou para as vítimas “deixarem para lá” a denúncia, já que tinham família, amigos e filhos e que a investigação demoraria dois anos no mínimo, não daria em nada e ainda exporia a imagem delas. Ainda segundo as mulheres, a conversa do ex-servidor era intimidadora.

Marquinhos alegou armação política

Marquinhos Trad alegou, na época das denúncias, que tudo seria parte de uma ‘armação política’ para prejudicar a candidatura dele a governador de Mato Grosso do Sul após uma discussão por WhatsApp com o secretário de estado de Segurança, Carlos Videira.

Marquinhos Trad (PSD) admitiu que cometeu adultério com ao menos duas das denunciantes enquanto era prefeito de Campo Grande, mas nega os crimes sexuais. Já em 2018, uma denúncia envolvendo suposto assédio contra uma menor aprendiz da Prefeitura chegou ao conhecimento da polícia civil.

Na época, o caso acabou arquivado e a jovem, conforme apurou o Jornal Midiamax, ganhou um cargo sem concurso público no gabinete da Prefeitura de Campo Grande.

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