“Ele ia matar ela”, diz filha de mulher que foi esfaqueada por avôdrasto no Lageado

Antes de ser morto pela PM, acusado esfaqueou mulheres da família com foice

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Vítimas foram socorridas durante desentendimento (Foto: Leitor Midiamax)

Segundo a família, a noite do último sábado (10) seria mais um desentendimento entre familiares embriagados, entretanto, a briga tomou grandes proporções, terminando com três mulheres esfaqueadas e Adilson Rodrigues Salomão, de 50 anos, morto por tentar atacar a Polícia Militar, no bairro Lageado, em Campo Grande.

De acordo com a bisneta, de 24 anos, que terá a identidade preservada, no dia da briga estavam na casa da mãe, de 41, e a avó, de 65 anos, conversando quando Adilson teria chegado ao local. Ele assistiu aos jogos de futebol e a família consumia bebidas alcoólicas, quando começaram a se desentender e trocar ofensas.

Em seguida, conforme a jovem, ambos seguiram para casa da bisavó, ainda discutindo. Quando o homem teria acertado uma facada na perna da mãe. A matriarca teria chegado e tentou apartar a briga, trancando ele para dentro da casa e a neta para fora. Adilson teria tentado acertar o pescoço da mulher de 41 anos, sendo impedido pela idosa de 65 anos.

“Ele ia matar ela se acertasse no pescoço, quase decepou o braço da minha avó que colocou na frente para ele não acertar minha mãe. O médico disse que quase arrancou o braço dela. Eu cheguei e tentei tirar minha mãe de lá, ela pegou uma faca para se defender, ele acertou um golpe na minha perna também. Foi quando os vizinhos chamaram a polícia”, relatou.

As mulheres esperaram a PM na esquina da casa, enquanto Adilson estaria sentado em uma cadeira na frente da casa. A jovem afirma que a PM ordenou que largasse a foice, mas ele desobedeceu e avançou.

“O policial deu um tiro na perna dele, ele mesmo assim veio de novo e o PM acertou o segundo na perna. Ele morreu porque acertou na artéria. A [foice] era dele, fazia bicos de carpinagem. Ele era outra pessoa quando bebia, se transformava. Já teve várias brigas com minha família, em festa de aniversário. Depois da bebedeira ficávamos em paz, mas era constante as brigas (sic)”.

Ameaças

A jovem relata que, após a morte, a família vem sofrendo ameaças de conhecidos pelo incidente. “Estão dizendo que a briga começou por dinheiro, por uma TV. Estão ameaçando colocar fogo na casa, sendo que foi uma infelicidade por causa de bebida, dele ter reagido contra um PM. Minha bisa e ele estavam juntos há 10 anos, sempre teve brigas e discussões na família”, disse.

Morto pela PM

A PM foi acionada durante a confusão. De acordo com a delegada Thais Duarte, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a equipe tentou acalmar Adilson, mas ele gritava e tentou agredir um sargento com uma faca. Neste momento, o policial atirou em uma das pernas de Adilson. Segundo os militares, mesmo ferido, o homem tentou novamente atacar o PM, e levou outro tiro na outra perna.

Diante da situação, vizinhos tentaram agredir os PMs. Adilson foi socorrido até uma unidade de saúde, mas morreu. Na residência onde ocorreu a confusão, policiais apreenderam uma foice e também o facão.

O caso foi registrado como tentativa de homicídio no âmbito da violência doméstica e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial. O caso continua sendo investigado pela Deam.

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