Durante o julgamento de Hugleice da Silva, acusado da morte de Marielly Barbosa, a irmã Mayara Barbosa, que foi casada com o réu, chorou e falou que durante as buscas o ex-marido sabia de tudo e não falou nada para a família. O depoimento foi feito por videoconferência.

No depoimento do julgamento, Mayara afirmou: “eu não sei quem é essa pessoa. Hoje faço terapia depois de viver uma dependência emocional, eu não conseguia enxergar quem convivia comigo. É assustador, e espero do fundo do meu coração que deus não permita que ninguém passe pelo o que nós passamos.”

A irmã de Marielly ainda relembrou do desaparecimento da jovem e pela angústia da família que não tinha notícias, sem saber o que estava acontecendo. “Ele assistiu a gente procurar, ir atrás de resposta. Assistiu tudo e não falou nada, se manteve calado como se não soubesse.”, falou Mayara.

Durante várias partes de seu depoimento Mayara chorou muito. “Nunca tive suspeita. Nunca observei nada que manifestasse envolvimento e ao meu ver o contato da minha irmã com ele era contato normal. Na minha frente nunca aconteceu nada que gerasse suspeita. Nem pra minha mãe”, relatou Mayara.

Ela descobriu que Marielly estava quando vasculhou o quarto da irmã. Mayara ainda conta que quando descobriram o corpo de Marielly e a polícia passou a ter Hugleice como suspeito, ele falava que estavam incriminando ele. “Ele negava, dizia que era vítima, que estava sendo acusado injustamente. Dizia que minha irmã tinha se envolvido com sobrinho do ex patrão dela.”

Mayara ainda falou sobre a tentativa de homicídio que sofreu de Hugleice. “Acordei amarrada, e ele disse que tinha me traído. Foram 39 pontos e graças a Deus eu sobrevivi diferente da minha irmã. Consegui sair de dentro da casa e vizinhos chamaram uma ambulância. Passei por cirurgia. Ele cortou meu pescoço e foi embora”, falou.

Investigação, traição e aborto malsucedido

A investigação policial aponta que Marielly teve relação com o próprio cunhado, Hugleice. Dessa relação extraconjugal, resultou uma indesejada da jovem, comprovada por meio de um exame médico feito em fevereiro de 2011. No mês seguinte, em março, Marielly conheceu um rapaz com quem começou a namorar.

A gravidez era mantida em sigilo, mas a jovem chegou a confidenciar para uma amiga, dizendo que “se a criança nascesse seria uma ‘bomba' para a família”. Foi então que ela e o cunhado teriam optado pelo aborto. Hugleice então conhece Jodimar, que morava na época em .

No dia 19 de maio, conforme identificado pela perícia no celular de Hugleice, ele teria passado o dia em Sidrolândia. Já no dia 20, Hugleice e Marielly trocaram um total de 18 ligações telefônicas. No dia seguinte, em que a jovem desapareceu, eles foram até Sidrolândia na casa de Jodimar, também conforme apontado pelo e Polícia Civil.

Na residência, o então enfermeiro teria feito o procedimento de aborto na jovem. Uma prima de Jodimar que teria ficado ali para fazer a limpeza do local relatou que viu a vítima passando mal. O que se apurou é que Marielly, logo após o aborto, passou mal e faleceu. Ali, Hugleice e Jodimar colocaram a jovem na camionete do cunhado e levaram até a área de mata nas margens da rodovia MS-162, onde o corpo foi desovado.