Nesta segunda-feira (21), foi determinada a prisão preventiva do piloto e empresário Rogerio Blumenthal, de 59 anos, detido na madrugada do domingo (20) no Aeroporto Internacional de Campo Grande. A aeronave que ele pilotava transportava quase meia tonelada de cocaína e ele acabou interceptado pela FAB (Força Aérea Brasileira).

Na audiência de custódia, o juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian avaliou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do piloto, que pontuou que o homem é empresário, réu primário, tem endereço fixo e emprego lícito. Foi feito pedido de liberdade ou conversão da prisão em medida cautelar, com uso de tornozeleira eletrônica.

O magistrado esclareceu que, pela estrutura utilizada, pelos recursos envolvidos e também pelo número de pessoas que seriam atingidas pela droga apreendida, não há garantia de que, posto em liberdade, o piloto não venha a desaparecer ou que não volte a praticar o crime. Foi decretada prisão preventiva para garantia da ordem pública e pela conveniência da instrução criminal.

Isso para que haja melhor aprofundamento das investigações pela Polícia Federal, já que há indícios de envolvimento em organização criminosa. Morador no interior de São Paulo, o piloto vai ficar preso em Campo Grande.

Buscou droga em fazenda

De acordo com a Polícia Federal, a aeronave sem plano de voo foi abordada e escoltada pela FAB até o Aeroporto Internacional de Campo Grande, onde foi feito o pouso. O piloto foi detido em flagrante e, na aeronave, foram encontrados os fardos de cocaína.

Ao todo, foram apreendidos 465 quilos da droga, avaliada em mais de R$ 11 milhões. O piloto contou que buscou o avião, matrícula PT-EET, no aeroporto de Jacarepaguá (RJ) após ser contratado por um homem que não conhece. Ele levou o avião até Varginha (MG), para reparos.

Depois, deveria pousar em uma fazenda no Mato Grosso, onde segundo ele carregaria peças agrícolas, que depois entregaria em São João da Boa Vista (SP). Na fazenda, que o piloto alega não saber quem é o proprietário, ele foi recebido por peões que carregaram o avião e abasteceram com galões.

O piloto faz serviços particulares e contou que receberia R$ 1 mil por hora de voo. A aeronave, que está em situação regular, foi apreendida e o piloto preso em flagrante. O avião está em nome de empresários, sendo que um é proprietário de uma empresa de assessoria de investimento em criptomoedas.