Nesta terça-feira (7), equipe do Batalhão de Choque fazia rondas pela região da Nhanhá, onde na madrugada e na noite de segunda-feira (6) dois jovens foram executados a tiros. Rafael Costa Soares Silveira, de 21 anos, e Pedro Henrique Ferreira da Silva, de 20 anos, foram assassinados e é investigada possível ligação entre os casos.

Segundo informações da Polícia Militar, ao menos um suspeito dos assassinatos teria sido identificado e são feitas buscas. Equipe do Choque esteve no bairro após as execuções e, na tarde desta terça-feira, recapturou um homem que estava evadido do Sistema Prisional. Ele foi detido e encaminhado para a delegacia.

As duas execuções são investigadas pela 5ª Delegacia de Polícia Civil e, conforme o delegado Rodolfo Daltro, é apurada possível ligação entre os casos, tratados como homicídio simples.

Execuções na Nhanhá

Rafael foi assassinado na madrugada de segunda-feira (6), por volta das 4 horas, no cruzamento da Rua Sol Nascente com Pirineus. Testemunhas acionaram a Polícia Militar e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Rafael foi encontrado no chão, com os ferimentos por arma de fogo.

Ele foi atingido por três disparos, nas costas, nádegas e braço e foi socorrido, mas não resistiu. Antes ainda de falecer, os policiais teriam questionado sobre a autoria do crime, ao que Rafael respondeu “Aqui não posso falar”.

Morto a tiros de pistola

Pedro Henrique foi morto a tiros de pistola, por volta das 22 horas de segunda. Duas pessoas em uma motocicleta se aproximaram da vítima e, conforme o registro policial, o garupa estava armado com duas pistolas. Ele fez vários disparos que atingiram a vítima.

Equipes da Polícia Civil foram acionadas e recolheram 12 estojos de 380, além de dois projéteis deformados. Corpo de Bombeiros socorreu Pedro, que ainda foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

Cometia delitos desde a adolescência

Pedro era investigado por suspeita de assassinar Leandro Andrade Oliveira, em outubro de 2021, no Aero Rancho. O crime aconteceu em um baile funk, quando a vítima foi atingida por um tiro no ouvido e chegou a ser socorrida, mas acabou falecendo no hospital.

Pedro Henrique tem passagens desde quando era menor infrator sendo uma das últimas registradas, em janeiro de 2019. Quando maior, acumulou mais de 10 passagens, entre elas porte de arma, tráfico de drogas, furto, desacato, ameaça e lesão corporal dolosa, além da suspeita de homicídio por emboscada e traição.

Em 8 de outubro, Pedro foi preso em flagrante portando um revólver calibre 38, municiado. Ele relatou que comprou a arma para defesa, já que tinha várias inimizades por causa do tráfico de drogas. Pelo crime, foi condenado a cumprir dois anos de reclusão em regime semiaberto.

Pedro cumpria prisão no Presídio de Regime Fechado da Gameleira e naquele dia 31 de janeiro, após a sentença, teve o alvará de soltura concedido.

Irmão foi assassinado há 5 anos

Pedro foi morto na Nhanhá 5 anos após morte do irmão
João Vitor foi encontrado morto em um terreno – Arquivo, Midiamax

Pedro Henrique teve o irmão João Vitor Ferreira da Silva, o ‘Vitinho’, assassinado em novembro de 2016, aos 18 anos. A morte de Pedro foi a segunda registrada em menos de um dia na região da Nhanhá, em Campo Grande.

Vitinho teria sido morto após um desentendimento no Jardim Campo Alto, quando foi atingido com vários golpes de faca por um homem de 28 anos. O autor do crime foi identificado, se apresentou na delegacia e confessou o crime. Ele alegou que teve uma briga com João Vitor após se negar a comprar drogas dele.

Autor e vítima teriam bebido juntos naquela noite. Delegada responsável pelas investigações na época, Célia Maria Bezerra da Silva relatou o depoimento do autor. “Afirmou que entrou no terreno para fazer o contorno, mas os dois começaram a brigar e Vitinho deu um tapa no rosto dele. Eles entraram em luta e desceram do carro, ainda brigando”.

O homem narrou que assim que desceu do veículo, um Gol cinza, João Vitor fez menção de estar armado, colocando a mão na cintura. Se sentindo ameaçado, o suspeito correu até o carro, pegou uma faca que ele costumava usar em pescarias e se voltou para o garoto. Mesmo armado, ele afirmou que João Vitor continuava a segurar algo na cintura, dizendo: “Sou do PCC, pode vir, pode vir”.

Assim, o autor golpeou Vitinho com 5 facadas no tórax e o jovem morreu no local. O suspeito fugiu e ainda atropelou a vítima. Ele confessou ao cunhado o homicídio e fugiu para Ponta Porã, mas acabou se apresentando à polícia por pressão dos familiares.