“Acho um absurdo ele abrindo normal a lanchonete e nós sem saber se vamos receber”, diz uma das funcionárias do comércio, na região central de Campo Grande, onde o proprietário instalou câmeras para filmar clientes e funcionárias no banheiro.

A (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) apreendeu na última segunda-feira (23), uma câmera embaixo da caixa registradora, onde filmava as trabalhadoras de baixo para cima, outra no banheiro da lanchonete e uma no banheiro da edícula, em sua própria casa, para filmar a cunhada.

“Nós duas com filhos pequenos sem apoio nenhum. Fora a vergonha e o medo de sair na rua. Muitas pessoas sabia onde eu trabalhava, ele na rua andando livremente e nós em casa com medo, sem saber o que fazer”, desabafa a mulher, de 33 anos. Ela conta que ainda não sabe como irão receber os valores pelo que trabalharam.

Caso

Passam por perícia os três celulares apreendidos com o comerciante de 47 anos que instalou câmeras escondidas na lanchonete a qual é proprietário, no Centro de . Os aparelhos foram apreendidos na segunda, após funcionárias denunciarem o caso.

As câmeras eram posicionadas intencionalmente para filmar as mulheres, tanto no banheiro quanto embaixo do caixa. Perícia analisa se há imagens de crianças ou adolescentes, o que pode acarretar indiciamento pelos crimes previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Até o momento, o comerciante responde pelo armazenamento de imagem, que pode resultar em de 6 meses a um ano de detenção, em regime fechado ou semiaberto. Ele alegou que não compartilhou as imagens, o que também será analisado pela Perícia.