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Polícia

Vítima relata que capoeirista acusado de estupros dava até droga e bebidas para crianças

Jovem conta que teve depressão e deixou a capoeira
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Protestantes pedem justiça e prisão do capoeirista
Protestantes pedem justiça e prisão do capoeirista

“Vivemos com medo das pessoas não acreditarem e com vergonha”. É o relato do jovem de 19 anos, um dos alunos abusados pelo professor de capoeira já condenado pelo estupro de um dos meninos. Nesta quinta-feira (4), ele participou de protesto em frente ao Fórum de Campo Grande, pedindo justiça e a prisão do mestre capoeirista.

Ao Jornal Midiamax, o jovem contou que o professor fazia amizade e se aproximava dos alunos, os levava para os lugares e chegou até a oferecer maconha e bebida para as crianças. “Eu via”, contou a vítima. Ele relatou ainda que ninguém sabia dos crimes, até que ele e o colega, encontrado morto em outubro após, a princípio, ter cometido suicídio, começarem a conversar sobre o assunto.

Foi em 2020 que os amigos acabaram revelando um ao outro sobre os abusos sexuais e encontraram forças para denunciarem. Eles procuraram a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e deixaram a capoeira. “Fomos na academia e falamos que não queríamos mais participar, contamos o que tinha acontecido, mas nada aconteceu”, contou.

Ainda segundo o rapaz, o mestre seguiu a vida, como se nada tivesse acontecido. “E nós vivemos a vida fora da academia, com medo das pessoas não acreditarem e com vergonha”, disse. “Comecei a beber para esquecer”, contou o jovem que acabou sofrendo com a depressão, assim como o amigo.

“Uma semana antes da morte, ele falou que amava a capoeira, mas que não conseguia praticar porque o mestre ainda estava solto”, revelou. O amigo costumava ir ao parque, onde via o professor dando aula aos jovens, meninos e adolescentes, vestindo a camiseta com o nome do abusador.

“Me sinto incapaz”, desabafou a vítima, que ainda relatou que o professor chegou a procurar os alunos vítimas que deixaram a academia, bem como dizia que eles “tinham que aceitar”.

Condenado a mais de 9 anos de reclusão em regime fechado pelo estupro de um dos alunos, na época, com 12 anos, o professor segue em liberdade, aguardando decisão da prisão.

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