Suspeitos de ajudarem ‘Tio Arantes’ do PCC a se esconder são presos em Campo Grande
Liderança da facção fugiu do presídio na última semana e continua foragido
Arquivo –
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Na noite da última sexta-feira (26), dois homens de 35 e 41 anos foram detidos em flagrante durante investigações sobre suposto esconderijo de José Cláudio Arantes, 66 anos. Conhecido como Tio Arantes, ele é considerado liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) e estava cumprindo pena no Presídio Semiaberto da Gameleira.
Conforme apurado pelo Midiamax, policiais civis receberam denúncia anônima sobre um Honda Civic onde estariam duas pessoas, suspeitas de tráfico e ainda favorecendo a fuga de Tio Arantes. Os policiais encontraram o veículo na Avenida Cachoeira do Campo, no Celina Jalad, onde foi feita a abordagem.
O motorista ainda tentou fugir, mas acabou encurralado pelos policiais. Os ocupantes do carro foram identificados e também havia uma mulher no banco traseiro. Um dos envolvidos tentou quebrar o celular durante a abordagem e foi verificado ainda que o carro era produto de apropriação indébita.
Os três envolvidos foram levados para a delegacia e a mulher acabou confessando que veio de uma cidade do interior com a filha de 6 anos, que tem paralisia cerebral, e uma sobrinha de 14 anos. Elas vieram para tratamento em um hospital da cidade, onde foi contatada por um dos suspeitos, que ofereceu R$ 3 mil para que ela buscasse um veículo e acompanhasse a dupla em uma venda de droga.
A mulher alega que aceitou para poder pagar o tratamento da filha. Ela foi levada por um dos suspeitos no Honda Civic até uma casa, onde o homem de 35 anos entrou. O outro homem então foi levado para outra residência, onde o terceiro suspeito também entrou no carro. A princípio, os homens teriam conversado e dito que ‘Véio’ estava na casa e que era perigoso.
Os suspeitos estavam com 4 tabletes de cocaína e chegaram a ameaçar a mulher, dizendo que se ela fizesse tudo certo na transição da droga seria liberada logo, caso contrário não voltaria para casa tão cedo. Os policiais fizeram buscas nas casas por Tio Arantes, mas ele não foi encontrado.
Além disso, os próprios policiais buscaram as crianças, que foram deixadas em uma pousada na frente do hospital, pagaram pela estadia e também compraram comida para as meninas, que tinham sido deixadas em situação de vulnerabilidade. Conselho Tutelar foi acionado e uma familiar se comprometeu a buscar as crianças.
Ainda no sábado foi determinada liberdade provisória da mulher, considerando a situação da filha que precisa dos cuidados especiais. Ela deve cumprir medidas cautelares como comparecimento em juízo, proibição de frequentar bares e também de deixar a cidade que mora sem aviso prévio.
Fuga da Gameleira
As fugas aconteceram na madrugada do dia 23, conforme as imagens das câmeras de monitoramento do presídio da Gameleira, de regime semiaberto. Segundo os agentes penitenciários, foi feita uma vistoria no Pavilhão C, constatando que os cadeados da cela que os presos ocupavam não estavam no local.
Também foi constatado que a tela do alambrado que dá acesso para a entrada do pátio interno estava cortada. Além de José Arantes, fugiu o colega de cela Eduardo Benedito do Amaral, de 62 anos.
Tio Arantes
José Cláudio também tem ficha criminal extensa. Ele é acusado de participar da morte do advogado Willian Maksoud Filho, em 2006, e ainda liderar a rebelião na Máxima naquele mesmo ano, além de participar de assaltos a bancos.
Considerado um dos chefes do PCC, Tio Arantes foi preso pela última vez em outubro de 2017. Na época, ele foi detido pelo Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) pela explosão de caixas eletrônicos de uma agência bancária, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Posteriormente, foi absolvido desta acusação.
No dia, ele ainda foi detido em flagrante por receptação, já que com ele foi encontrado aparelho celular furtado. José Cláudio Arantes também é um dos condenados pela morte do advogado Willian Maksoud Filho, em 2006. Ele estaria preso na época, mas foi um dos responsáveis pela decisão do assassinato do advogado. No mesmo ano, ele foi apontado como um dos responsáveis por liderar a rebelião na Máxima de Campo Grande, a maior do Estado.
Após progressão do regime, ele foi solto e depois preso novamente em 2010. Na época, uma operação do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado) prendeu 9 pessoas ligadas ao PCC por tráfico de drogas e armas. Em 2016, ele voltou a ser detido no Zé Pereira, também por tráfico de drogas.
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