Reduzida às cinzas: incêndio em casa de reza indígena de MS foi criminoso, denuncia cacique

Suspeito ainda não foi identificado, mas lideranças indígenas de Amambai acreditam que crime foi motivado por intolerância religiosa

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Elizeu Guarani revela que incêndios em casas de rezas indígenas já aconteceram antes em MS
Elizeu Guarani revela que incêndios em casas de rezas indígenas já aconteceram antes em MS

O incêndio ocorrido na casa de reza da aldeia Guarani Kaiowá, em Amambai, no sábado (2) foi criminoso, suspeita o líder indígena Elizeu Guarani. Ele esteve no local na manhã deste domingo (3) para verificar os estragos ocasionados pelas chamas. Segundo ele, a casa foi totalmente destruída e deverá ser reconstruída na região. Além disso, incêndio pode ter sido consequência de intolerância religiosa.

Ao Jornal Midiamax, o cacique disse estava chovendo muito na cidade ontem. As pessoas responsáveis por vigiar a casa de reza foram se recolher, momento em que o suspeito foi até o local para atear fogo no espaço.

Até o momento, o responsável pelo incêndio não foi identificado, mas líderes indígenas da região suspeitam que o crime tenha sido motivado por intolerância religiosa. Elizeu também faz um apelo afirmando que não é a primeira vez que a situação acontece. “Em todos os lugares estão sendo queimadas essas nossas casas de reza e para nós é uma casa sagrada”, lamenta.

Entenda o caso

Uma casa de reza do povo Guarani Kaiowá na Aldeia Guapo’y, em Amambai (MS), foi incendiada e totalmente destruída na madrugada de sábado (2). A denúncia é da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que afirma que o incêndio no espaço sagrado dos indígenas foi uma ação criminosa.

“Estamos tristes porque é nosso templo sagrado. Com muito sacrifício erguemos e agora num piscar de olho foi queimado”, afirmou Elizeu Guarani, coordenador executivo da Apib e da Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani (Atyguasu).

“Venho aqui desabafar porque todos nós empenhamos para levantar essa construção da nossa casa sagrada, enquanto que muitos criticam e não nós ajudaram a levantar, desde então ela vinha sofrendo ameaças por pessoas que não apoiam a cultura tradicional”, completou.

 

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