Polícia vai investigar morte de bebê em hospital de Campo Grande após transferência

Vai ser investigada pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança de ao Adolescente) a morte de uma bebê de quase 1 ano, no hospital da Cassems em Campo Grande. A unidade também abriu sindicância para apurar a morte da menina, que faleceu após ser transferida para a Capital vinda de Coxim. Segundo a delegada […]

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Vai ser investigada pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança de ao Adolescente) a morte de uma bebê de quase 1 ano, no hospital da Cassems em Campo Grande. A unidade também abriu sindicância para apurar a morte da menina, que faleceu após ser transferida para a Capital vinda de Coxim.

Polícia vai investigar morte de bebê em hospital de Campo Grande após transferência
Delegada Franciele Candotti (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

Segundo a delegada Franciele Candotti, foi instaurado procedimento e as pessoas envolvidas ainda devem prestar depoimento na delegacia. “É um caso muito grave e demanda tempo. Não é uma investigação rápida”, afirmou. Ainda segundo a delegada, as primeiras informações são de que a menina ficou entre 7 e 10 dias internada em Coxim, mas não teve melhora no quadro de saúde.

Assim, a criança foi transferida ao hospital da Cassems em Campo Grande e morreu em seguida. A menina completaria um ano de idade.

O que diz a família

O site Edição MS, de Coxim, acompanhou o caso e conversou com familiares da menina. O pai, de 32 anos, afirmou que está pronto para perdoar, mas que quer saber o que aconteceu com a criança. “É isso que vai nos dar a paz que precisamos para entendermos o propósito de Deus”, afirmou.

A bebê morreu às 19h42 de sexta-feira (19), depois de sofrer três paradas cardiorrespiratórias. Até o momento a explicação dada foi de que a criança teve uma infecção, mas a versão não convenceu a família. Segundo eles, a menina passou mal após receber um medicamento na veia, ainda no hospital de Coxim.

A família reafirma que não tem interesse em indenização ou dinheiro, mas quer respostas. “Minha filha estava comendo melão e brincando no colo da minha esposa quando uma profissional entrou no quarto com a seringa e falou que aplicaria bromoprida, para impedir episódios de vômitos. Quando ela deu início à aplicação minha filha começou a chorar, tremer e virar os olhos. Minha esposa correu com ela até a médica, que com ajuda de outros profissionais conseguiu reanimá-la, após 30 minutos”, relatou o pai.

Transferência para Campo Grande

Desesperado, o pai decidiu transferir a filha para Campo Grande e chegou a providenciar uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) aérea. De acordo com ele, “milagrosamente” a Cassems, que dias antes tinha negado a transferência por via terrestre, resolveu arcar com o custo do avião.

As 15h12 a UTI decolou de Coxim com destino a Campo Grande. O pai acompanhou a filha na viagem e notou que algo estranho estava acontecendo já no trajeto. Ao chegar na unidade da Cassems da Capital ele foi separado da filha, que foi para cuidados médicos enquanto ele relatava o que tinha acontecido para duas mulheres, funcionárias do hospital.

Pouco tempo depois o pai foi autorizado a subir para a UTI e quando chegou na porta foi recebido por uma médica, que informou que a criança tinha falecido após as paradas cardiorrespiratórias. O pai ainda afirmou que foi desestimulado a encaminhar o corpo da filha para o IML (Instituto Médico Legal), onde seria feita a necrópsia. A família ainda não recebeu o atestado de óbito com a causa da morte. Após registrar o caso na delegacia, o pai também teria entregue a seringa usada para aplicar o medicamento na criança, em Coxim.

Em nota, o hospital afirmou que abriu sindicância para apurar o caso e que se solidariza com a dor dos familiares.

Primeiros sintomas

Segundo a família, a bebê era saudável, mas no início de fevereiro teve febre e desconforto. Ela foi levada ao hospital para um teste de coronavírus, que deu negativo. O médico plantonista a diagnosticou como uma infecção de garganta e dois dias depois ela foi levada ao consultório da médica de confiança, que receitou antibiótico para ser ministrado por uma semana.

Mesmo assim, a menina voltou a ter febre e vômitos. A médica então receitou mais um antibiótico e bromoprida para a ânsia. Ainda foi feito mais um teste de Covid, que foi negativo, então a criança foi internada.

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