Membro do PCC, foragido da Máxima é apontado como mentor do roubo de 3 aviões em MS
Quadrilha, que tem pessoas especializadas em roubo de aviões, teria ao menos dez integrantes
Arquivo –
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Laudelino Ferreira Vieira, o Lino, de 42 anos, o preso que fugiu do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, em junho deste ano, é apontado como mentor dos roubos das três aeronaves, na madrugada de segunda-feira (6), em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande. Dois foram presos 12 horas depois do roubo dos aviões.
‘Lino’, como é conhecido Laudelino, dava ordens para o restante da quadrilha por videochamadas, de um lugar ainda desconhecido. Ele estava cumprindo pena de 80 anos, no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, quando desapareceu de forma misteriosa em junho deste ano.
Após 12 horas do roubo dos três aviões, Roger Breno Wirmond dos Santos, de 22 anos, foi preso junto de Cristhofer Cristaldo Rocha, 20. Cristhofer foi quem apontou Laudelino como mandante do crime e quem dava as ordens. A prisão preventiva dos dois foi pedida pela delegada. Tanto Roger como Cristhofer negaram o crime, mas confessaram a participação na logística do roubo das aeronaves.
Ao todo, foram 10 criminosos. Destes, seis foram identificados e estão com suas prisões decretadas e quatro ainda estão em processo de identificação — dois já foram presos.
Ficha criminal
‘Lino’ tem extensa ficha criminal e acabou preso em 12 de julho de 2010, na BR-262, em Terenos. Na época, ele era acusado de liderar uma quadrilha de roubo de carros e de ser o chefe do bando responsável pelo roubo de três aeronaves de uma empresa de táxi aéreo, em janeiro de 2004, em Corumbá.
Na ocasião, foi assassinado o piloto e empresário corumbaense Luiz Fernandes de Carvalho. A quadrilha liderada por Lino teria roubado 36 veículos num período de 18 meses, entre 2005 e 2006, apenas no lado brasileiro da fronteira de Corumbá com a Bolívia. No mesmo período, o bando foi apontado como responsável por 31 roubos de veículos em Arroyo Concépcion, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
Laudelino e outros dois envolvidos no roubo das aeronaves chegaram a ser presos pela Polícia da Bolívia com um dos aviões. No entanto, a justiça boliviana os liberou ainda no primeiro semestre de 2004. Foi então que eles passaram a agir na fronteira com Corumbá, roubando veículos em estradas que dão acesso aos assentamentos e dentro da Bolívia. A Polícia corumbaense chegou a espalhar cartazes com fotos do bando, mas não conseguiu prendê-los.
Lino ainda foi acusado de envolvimento no assassinato do cabo da Polícia Militar de Corumbá, Rudy Mendonça, 43, ocorrido em 19 de janeiro de 2006, na Estrada do Jacadigo.
Roubo de aviões
Os criminosos invadiram o aeroclube por volta das 3 horas da madrugada de segunda (6). Eles, um total de 18, renderam o vigia e seus dois filhos. As vítimas foram amarradas com lacres próximo à grade do tanque de combustível enquanto as aeronaves eram abastecidas. Os três aviões foram levados. Foram momentos de terror que as vítimas enfrentaram.
Os criminosos estavam encapuzados, fortemente armados e com luvas. Eles tinham sotaque espanhol, mas havia brasileiros entre eles. A invasão ao hangar aconteceu pelos fundos na vila 40. Na fuga, acabaram deixando para trás ferramentas. Marcas de pneus não foram encontradas na região. O hangar, onde estavam os aviões, não tem sistema reforçado de segurança.
Informações passadas para o Jornal Midiamax pelo delegado Jackson Vale no dia do roubo eram de que, provavelmente, as aeronaves seriam usadas para o tráfico de drogas e que poderia ter o envolvimento de facções criminosas na ação, o que é muito característico neste tipo de crime. Os aviões teriam como destino a Bolívia e um alerta nacional foi feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) após o roubo dos aviões.
A delegada que está à frente do caso, Ana Claúdia Medina, da Dracco, não descarta que o roubo dos aviões seria para o uso no tráfico de drogas, mas outras linhas de investigações não são descartadas.
Fuga da Máxima
Laudelino teria fugido em um caminhão da cozinha com a ajuda de uma funcionária. Na época, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) disse que o caso era investigado pela Corregedoria-Geral, que já havia tomado conhecimento e que estava acompanhando e analisando as imagens das câmeras de monitoramento do presídio.
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