Após informações de que indígenas e lideranças estariam mobilizando protesto em frente ao prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio), na tarde desta quinta-feira (22), policiais do Choque, da Polícia Militar, estiveram no local.

Segundo informações de funcionários, a descoberta do possível protesto fez com que o órgão solicitasse equipe policial. A movimentação policial, contudo, durou poucos minutos porque não havia protesto de indígenas no prédio.

O Jornal Midiamax esteve no prédio da Funai logo após a saída dos policiais. Funcionários não quiseram comentar sobre o motivo da ida dos militares até o local, tampouco como as informações sobre o suposto protesto dos indígenas foram obtidas. A coordenação da fundação não quis falar com a reportagem sobre o assunto. 

A nova coordenadora do órgão, Tatiana Marques Garcia, foi empossada em maio deste ano e ocorreu após quase dez meses após o cargo ficar vago. O antecessor, José Magalhães Filho, foi exonerado em 24 de agosto de 2020.

Também em agosto do mesmo ano, agentes da Polícia Federal e da Receita Federal cumpriram mandados de busca e apreensão na sede de outro órgão representativo de indígenas no Estado, o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena). Na época, a operação investigava um suposto esquema de desvio de verbas.

Nomeações polêmicas

Desde o governo do ex-presidente (MDB), a Coordenadoria Regional da Funai em Campo Grande tem contado com nomeações polêmicas. A mais recente foi a indicação de Magalhães.

Magalhães ingressou no quadro da Funai em fevereiro de 2020, mas ficou três meses afastado do cargo, após decisão do (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) que deferiu pedido do Conselho Terena. Magalhães retornou ao cargo após a AGU (Advocacia-Geral da União) obter liminar, mas foi exonerado em menos de uma semana.

Vale lembrar que, desde março de 2019, a Funai estava sob o comando do pastor terena Henrique Dias, que é amigo da ministra Damares Alves.