Na tarde desta quinta-feira (4), familiares do jovem de 18 anos, vítima de estupro pelo professor de capoeira

O nome do professor de capoeira não foi divulgado nesta reportagem porque o Jornal Midiamax segue o que preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A medida tem como objetivo não expor as vítimas, todas menores de idade. A mesma postura é seguida pelo Midiamax independente da classe social dos envolvidos em casos como esse.

Uma prima do jovem, de 23 anos, contou ao Midiamax que a família quer justiça e a prisão do professor. “Ele era uma pessoa muito alegre em vida e não queremos que outras pessoas passem pelo que ele passou”, disse. Segundo ela, o primo não falava muito e nunca chegou a contar para os parentes sobre o crime na época dos fatos, quando ele tinha 16 anos.

Vítima do mesmo professor, jovem de 19 anos contou que conversava muito com o amigo, para um tentar ajudar o outro após terem sido abusados pelo capoeirista. O rapaz contou que, por muito tempo, as vítimas negavam os abusos, até que acabaram contando um ao outro o que tinha acontecido.

Ele ainda contou que sente impunidade no caso. Segundo o jovem, o professor levava os alunos em uma Kombi e os deixava em casa. O último aluno, que ficando sozinho no veículo, acabava sendo abusado sexualmente pelo acusado. Ainda segundo ele, foram vários adolescentes que sofreram os abusos.

A professora Mariana Centurião, de 33 anos, também participou do protesto e reforçou o pedido de justiça, para que o capoeirista não fique solto. Ela contou que conhecia o jovem de 18 anos, que era um rapaz muito alegre e feliz. “A morte dele não vai ficar impune e sem justiça”, disse.

Ainda conforme a professora, mesmo após a denúncia dos abusos, a academia do professor continuou aberta. “Ele dava aulas como se nada tivesse acontecido”, lamentou.

Capoeirista está em liberdade

O professor é investigado pelo estupro de quatro adolescentes, sendo que um é o jovem de 18 anos, que acabou cometendo suicídio um ano após denunciar o caso. O capoeirista já foi condenado por um dos crimes, contra um menino de 12 anos. Os estupros aconteceram entre 2017 e 2018.

O acusado acabou condenado a cumprir 9 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado, além do pagamento de R$ 1,5 mil em indenização à vítima. No entanto, ele apelou e o recurso foi julgado em agosto deste ano. A condenação foi mantida, mas a indenização foi retirada.

Como a decisão não foi por unanimidade, o capoeirista ainda entrou com embargos infringentes no dia 6 de outubro e ainda não foi julgado.

O ECA proíbe a exposição da identidade das crianças e adolescentes vítimas. Assim, o nome do acusado, independente de classe social ou profissão, não será divulgado, para que as vítimas também não sejam identificadas. 

*Colaborou Thatiana Melo