Roger Breno Wirmond dos Santos, de 22 anos, preso desde o dia 6 de setembro por envolvimento no roubo de três aeronaves do aeroclube em , a 139 quilômetros de Campo Grande, fez pedido de revogação da prisão preventiva. O roubo foi executado na madrugada daquele dia e as aeronaves levadas para outro país, possivelmente a Bolívia.

Conforme decisão do juiz Ronaldo Gonçalves Onofri, da Vara Criminal da Infância e Juventude, da Comarca de Aquidauana, a defesa de Roger pediu pela revogação da prisão preventiva, enquanto o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) opinou pelo indeferimento do pedido. Para o magistrado, não houve fato novo que pudesse modificar a decisão anterior, de prisão.

O magistrado ainda relembra o que consta nos autos, que Roger concorreu com ao menos outras 16 pessoas para o roubo das três aeronaves, mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo e privação da liberdade dos funcionários do aeroclube. Foram levados os aviões Bonanza, modelo V358, matrícula PT-ING, um Cessna, modelo 182, matrícula PT-KDI e outro semelhante, matrícula PT-DST.

As aeronaves pertenciam ao cantor Almir Sater, ao pecuarista Zelito Ribeiro, irmão do prefeito de Aquidauana Odilon Ribeiro, e à família do ex-prefeito José Henrique Trindade. Para o juiz Onofri, a prisão preventiva está justificada e foi decretada por conta do flagrante, além da conveniência da instrução processual, garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.

Roger confessou a participação no crime, alegando que era responsável por avisar os comparsas sobre a ação dos policiais para captura dos assaltantes, após o crime ser executado. “Se for solto, poderá desempenhar esse papel facilmente”, pontuou o magistrado. Por fim, foi negado pedido, sendo mantida a prisão do acusado.

Criminosos envolvidos

Além de Roger, também foram presos Cristopher Cristaldo Rocha, 20 anos, e Ivanildo da Silva Dias. Já o mandante do crime foi identificado como Laudelino Ferreira Vieira, o Lino, de 42 anos, que fugiu do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande em junho deste ano. A informação é de que Lino dava ordens para o restante da quadrilha por videochamadas, de um lugar ainda desconhecido.

Atualmente foragido, ele cumpria pena de 80 anos na Máxima, quando desapareceu de forma misteriosa em junho deste ano. Com extensa ficha criminal, Lino foi preso em julho de 2010, na BR-262, em Terenos. Na época, ele era acusado de liderar uma quadrilha responsável pelo roubo de carros em Corumbá e de ser chefe do bando que roubou três aeronaves de uma empresa de táxi aéreo, em 2004.

Na ocasião, foi assassinado o piloto e empresário corumbaense Luiz Fernandes de Carvalho. A quadrilha liderada por Lino teria roubado 36 veículos num período de 18 meses, entre 2005 e 2006, apenas no lado brasileiro da fronteira de Corumbá com a Bolívia. No mesmo período, o bando foi apontado como responsável por 31 roubos de veículos em Concépcion, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.

Lino ainda foi acusado de envolvimento no assassinato do cabo da Polícia Militar de Corumbá, Rudy Mendonça, 43, ocorrido em 19 de janeiro de 2006, na Estrada do Jacadigo.

Roubo das aeronaves

Os criminosos invadiram o aeroclube por volta das 3 horas da madrugada de segunda e renderam o vigia e seus dois filhos. As vítimas foram amarradas com lacres próximo à grade do tanque de combustível, enquanto as aeronaves eram abastecidas.

Os criminosos estavam encapuzados, fortemente armados e com luvas. Segundo a polícia, no grupo foram identificados brasileiros e bolivianos. De acordo com a polícia, após a identificação do líder da organização, também foi apontado que moradores em Anastácio participaram do crime, dando apoio em uma casa.

A residência era usada como base para os bandidos. Também foi confirmado que as aeronaves foram levadas para o exterior, possivelmente para a Bolívia, onde devem ser utilizadas para o tráfico de drogas. Doze horas após o roubo, Roger e Cristopher foram presos, sendo que o segundo apontou Lino como o mandante do crime.

Foi feito pedido de prisão preventiva dos acusados, que negaram o crime, mas confessaram participação na logística do roubo das aeronaves.