Giovanni Barbosa da Silva, o ‘Bonitão’ ou ‘Coringa’ do PCC (Primeiro Comando da Capital), será transferido para uma penitenciária federal, após o pedido feito pelo MPF (Ministério Público Federal). Ele foi extraditado para o Brasil, no dia 10 deste mês depois de ser capturado em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã a 346 quilômetros de Campo Grande.

O pedido feito pelo MPF foi atendido pela Justiça federal de Ponta Porã para que ‘Bonitão’ fosse encaminhado para um presídio federal, mas que ainda não foi divulgado para onde o chefão do PCC seria levado.

Giovanni é considerado um dos líderes da facção criminosa PCC no Paraguai, sendo apontado como líder principal. ‘Bonitão’ foi capturado depois que policiais paraguaios passaram a monitorar uma de suas mulheres. Ele estava fazendo uma visita a uma de suas esposas na fronteira quando foi preso.

Ele estava com um fuzil e dois carregadores quando foi encontrado. Depois de preso, membros da facção criminosa tentaram seu resgate cercando a delegacia armados com pistolas e fuzis. Uma pessoa acabou sendo ferida quando passava pelo local do confronto.

O ataque durou cerca de meia hora e acabou na prisão de duas pessoas. No dia 10 de janeiro, Giovanni foi entregue por policiais paraguaios às autoridades brasileiras na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. O pedido de transferência formulado pelo MPF se baseou na proeminência de Giovanni entre os membros do PCC e no histórico de tentativas de resgate dos líderes da facção criminosa.

Operação Exílio

O inquérito policial que investiga o envolvimento de Giovanni na facção criminosa derivou da Operação Exílio, que deflagrada em 25 de junho de 2020, resultando no cumprimento de nove mandados de busca e apreensão em Ponta Porã e um em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

Foram apreendidas armas, drogas, documentos e equipamentos eletrônicos – incluindo a posterior quebra de sigilo telefônico dos envolvidos – o que comprovou o envolvimento de Giovanni nos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e tráfico internacional de armas, colocando-o no papel de uma das lideranças mais influentes do PCC na fronteira do Brasil com o Paraguai, provavelmente ocupando o posto de “Geral do Paraguai”.

Na época o delegado da polícia federal de Mato Grosso do Sul, Cléo Mazotti, disse que as investigações tiveram início há três meses quando foi descoberta após a suspeita da grande movimentação de carros luxuosos em uma das casas alvos da operação.

A droga apreendida vinha do Paraguai. A organização criminosa era liderada por foragidos do sistema prisional paulista, membros da facção criminosa PCC. Eles seriam responsáveis por comandar ações de interesse do PCC na região de fronteira formada pelas cidades-gêmeas Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai). Os integrantes da quadrilha usavam carros de luxo que foram comprados com dinheiro do tráfico de drogas.