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Polícia

Crimes de receptação caem na pandemia, mas desmanche é maior problema para quem encontra carro ‘depenado’

Julião é uma das vítimas que encontrou caminhonete irreconhecível após furto da C20 herdada da família
Arquivo -
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O número de crimes de receptação e adulteração de veículos caiu do primeiro semestre de 2021, se comparado com o mesmo período em 2020, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Contudo, a maior apreensão de 2021, feita pela Defurv (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos) nos dois anos, aconteceu na última terça-feira (6). O que todos os crimes têm em comum é que, devido à rapidez dos bandidos, poucos veículos são recuperados inteiros.

Segundo a delegada da Defurv, Aline Sinot, no ano de 2019, foi feita uma operação especializada em ferros velhos da Capital. “Depois disso, no dia 23 de junho foi fechado um grande desmanche, e na terça-feira de novo. Todas as denúncias que temos, vamos averiguar no local. Esses dois chamaram atenção por terem sido em datas bem próximas”, explica.

O desmanche que a delegada cita é onde foi localizado, no Bairro Campo Alto, a caminhonete Chevrolet C20, ano 1993, do advogado Julião Charão de Siqueira Júnior – que chegou a oferecer R$ 5 mil na época do furto, para quem tivesse informações sobre o veículo. A C20 foi levada por um homem de camiseta verde, quando Julião a estacionou em frente ao seu local de trabalho, e recuperada no último dia 26 em um desmanche, já ‘depenada’.

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(Foto: Arquivo Pessoal)

Em entrevista ao Jornal Midiamax, Julião explicou que a caminhonete foi comprada por seu padrinho, em 1993, quando ele tinha quatro anos. Parte das lembranças da infância compartilhada com a irmã e os primos, ele relata que a C20 chegou a ser anunciada a venda, mas o padrinho acabou desistindo antes que encontrasse um comprador, tamanho apego emocional da família com o veículo.

“Quando me casei, em 2019, vi que precisaria de um carro para o transporte do dia a dia. Primeiramente peguei ela emprestada, depois coloquei toda a mecânica em dia e, em seguida, até minha esposa que só via como um ‘carro antigo’, aceitou comprarmos como uma relíquia de família”, lembra o advogado.

Julião planejava reformar a pintura da caminhonete e “deixá-la zero bala”, o que foi interrompido com o furto. “Depois de uma semana de muitas buscas, de oferta de recompensa, através de uma denúncia anônima descobrimos uma pista. Alguém tinha visto uma camionete parecida com a C-20 vermelha dentro de uma propriedade suspeita”, afirma.

A chegada foi tardia. A C20 vermelha já se resumia em sucatas e resto de peças, quando foi encontrada. Desde então, Julião não voltou à delegacia para buscar o que sobrou da caminhonete. “Foi um momento muito triste, o fim de sonhos e planos. Tenho adiado a cada dia, talvez por falta de tempo ou apenas por não querer pegar o que restou”, lamenta.

Dados apontam queda

Segundo dados da Sejusp, no primeiro semestre de 2020, foram registrados 310 casos de receptação de veículos em Mato Grosso do Sul. Já no mesmo período de 2021, foram 300.

Os números de adulteração de carros e motos também sofreu ligeira queda do ano passado para este. Em 2020, foram 591, de janeiro a junho, enquanto em 2021 são 553.

Mais visadas que os carros, as motocicletas furtadas durante todo o primeiro ano de pandemia da Covid-19 somaram 1559, sendo 856 apenas no primeiro semestre. Em 2021, nos seis primeiros meses do ano, foram registrados 690 furtos.

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