Colaboradores do Clã Morinigo são alvos de operação contra lavagem de dinheiro

Na primeira fase da operação, em 2020, imóveis e carros avaliados em US$ 30 milhões foram apreendidos

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A segunda fase da Operação Status foi deflagrada nesta terça-feira (10), em conjunto com a Polícia Federal do Brasil e o Senad do Paraguai, onde colaboradores da família Morinigo são alvos dessa nova fase. Foram 10 mandados de busca simultâneos feitos no Departamento de Amambay.

Nesta fase, a polícia busca por diversos imóveis, residências, fazendas, estabelecimentos comerciais e terrenos, que são de integrantes e colaboradores do conhecido esquema de narcotráfico e lavagem de dinheiro, do Clã “García Morínigo”.

Pelo menos sete propriedades em Pedro Juan Caballero, que fica na fronteira com Ponta Porã, e outras três localizadas na zona rural de Amambay estão em intervenção. A inteligência da Senad vem realizando o monitoramento investigativo de toda a organização que envolve o esquema básico do tráfico internacional de drogas, uma rede de empresas ativada para facilitar a lavagem de dinheiro e um patrimônio multimilionário que foi forjado graças ao lucro gerado pelo tráfico internacional de drogas. 

Primeira fase

A primeira etapa da operação Status fez buscas simultâneas no Paraguai e no Brasil, realizadas em setembro de 2020. Na ocasião, a Senad fez 15 buscas e prendeu os 4 principais chefes da organização criminosa. Da mesma forma, propriedades avaliadas em cerca de 30 milhões de dólares e muitos veículos de alto padrão também foram apreendidos.

Ostentação

Vídeos divulgados pela Polícia Federal, feitos durante a Operação Status, mostraram como a família Morinigo ostentava alto padrão de vida com o dinheiro criminoso. Na propriedade localizada na região da Chapada dos Guimarães, a família chegou a realizar uma festa com show particular de dupla sertaneja famosa nacionalmente em 2017.

Os vídeos foram gravados durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na propriedade, que fica no Lago do Manso, em Cuiabá (MT). Ainda nas imagens é possível ver a acomodação com padrão de um resort, com salão de festas, cozinha de padrão industrial, academia completa.

Também foram encontrados em uma garagem mini buggys, lanchas, jet skis. Além disso, em uma das lojas de revenda de carros de fachada em Cuiabá, foram apreendidos um Porsche e uma Lamborghini avaliados em mais de R$ 2 milhões.

Tráfico de drogas

Em 2006, os irmãos Morinigo acabaram presos com um carregamento de haxixe, em Campo Grande, e foi aí que a família se mudou para Pedro Juan Caballero, na fronteira com Pontas Porã.

Os carregamentos de drogas eram feitos dentro de tanques de carros e caminhões e quem era preso acabava recebendo uma mesada em torno de R$ 1.500 e R$ 2 mil para não ‘dedurar’ a família e não entregar nomes a polícia.

O esquema criminoso tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, como construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo. A estrutura,  também contava com uma rede de doleiros no Paraguai, com operadores em Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

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