A família Morinigo presa durante uma operação da Polícia Federal contra a lavagem de dinheiro, no dia 11 deste mês teve o pedido de revogação da prisão negada pela 5º Vara da Justiça Federal. Durante a operação foram apreendidos cerca de R$ 150 milhões da família.

A defesa afirmou que havia a inexistência dos requisitos para autorizar a prisão preventiva e a condição de vulnerabilidade porque pertencem ao grupo de risco do novo coronavírus. O pedido de revogação foi para Emídio Morinigo, Jefferson Morinigo e Kleber Morinigo.

Pai e filhos seriam líderes da organização criminosa com uma estrutura bem organizada, no tráfico de cocaína. De acordo com a decisão que manteve a prisão do grupo seria para interromper as ações da organização criminosa, “Desse modo, segundo a decisão que decretou as prisões, a manutenção da segregação cautelar dos presos visa interromper a cadeia de ações da organização criminosa e cessar a prática delitiva, de modo a preservar a ordem pública e garantir a aplicação da lei penal”, informa a decisão. A família deve ser transferida para um presídio federal.

Ostentação

Vídeos divulgados pela Polícia Federal, feitos durante a Operação Status, mostraram como a família Morinigo ostentava alto padrão de vida com o dinheiro criminoso. Na propriedade localizada na região da Chapada dos Guimarães, a família chegou a realizar uma festa com show particular de dupla sertaneja famosa nacionalmente em 2017.

Os vídeos foram gravados durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na propriedade, que fica no Lago do Manso, em Cuiabá (MT). Ainda nas imagens é possível ver a acomodação com padrão de um resort, com salão de festas, cozinha de padrão industrial, completa.

Também foram encontrados em uma garagem mini buggys, lanchas, jet skis. Além disso, em uma das lojas de revenda de carros de fachada em Cuiabá, foram apreendidos um Porsche e uma Lamborghini avaliados em mais de R$ 2 milhões.

Investigação

Foram dois anos de investigação da Polícia Federal que desencadearam na Operação Status, em e também no , além Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Em , o dono de uma loja de revenda de carros acabou preso por fazer parte do esquema de lavagem de dinheiro no tráfico de drogas.

Em Campo Grande, Dourados e Cuiabá, os agentes apreenderam cerca de R$ 20 milhões. No Paraguai foram apreendidos cerca de R$ 150 milhões, dinheiro da família Morinigo, que era a cabeça do esquema da lavagem de dinheiro que usava casas de câmbio. Cinco pessoas da família foram presas, entre elas o pai, e os dois filhos – líderes do esquema criminoso.

Em 2017, em uma das fazendas da família na Chapada dos Guimarães aconteceu uma festa em que teve show de uma dupla sertaneja famosa nacionalmente. Outras duas fazendas da família Morinigo, como imóveis e empresas também foram sequestrados pela Polícia Federal, assim como, bois, máquinas agrícolas e carros de luxo.

Tráfico de drogas

Em 2006, os irmãos Morinigo acabaram presos com um carregamento de haxixe, em Campo Grande e foi aí que a família se mudou para Pedro Juan Caballero, na fronteira com Pontas Porã.

Os carregamentos de drogas eram feitos dentro de tanques de carros e caminhões e quem era preso acaba recebendo uma mesada da família em torno de R$ 1.500 e R$ 2 mil para não ‘dedurar' a família e não entregar nomes a polícia.

O esquema criminoso tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, como construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo. A estrutura,  também contava com uma rede de doleiros no Paraguai, com operadores em Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.