Caso Henry: saiba como identificar sinais de violência contra crianças
No primeiro trimestre de 2021 foram 364 ocorrências em Mato Grosso do Sul com crianças de até 12 anos
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A morte do menino Henry Borel, de apenas 8 anos, no Rio de Janeiro, ganhou mais um capítulo nesta semana. O laudo pericial apontou que a causa da morte foram lesões graves em todo o corpo, e os principais suspeitos são a mãe e o padrasto do garoto. Em Mato Grosso do Sul, o cenário de violência contra crianças já conta com 365 boletins de ocorrência registrados em 2021. Diante disso, o Jornal Midiamax preparou um guia de como identificar sinais de violência familiar em menores de idade.
Segundo dados da Coordenadoria de Fiscalização e Controle da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), foram 364 ocorrências registradas na Polícia Civil com vítimas crianças de até 12 anos incompletos, no primeiro trimestre de 2021.
Destas, 47 são de violência doméstica, 54 de maus tratos contra menores, 70 de lesão corporal dolosa, 191 de estupro de vulnerável, dois de tortura e nenhum de homicídio doloso. A variação entre os três primeiros meses de 2020 e de 2021 foi de queda em 33% a 41%, se comparado com o mesmo período do ano passado.
De janeiro a março de 2020, foram 79 casos de violência doméstica (queda de 41%), 86 de maus tratos contra menores (-37%), 82 de lesão corporal dolosa (-15%), 285 de estupro de vulnerável (-33%) e outros dois de tortura (mesmo número do ano passado) e nenhum de homicídio doloso.
Já em todo o ano de 2020, foram 1.620 casos, sendo 280 de violência doméstica, 265 de maus tratos contra menor, 270 de lesão corporal dolosa, 795 de estupro de vulnerável, 6 de tortura e 4 de homicídio doloso.
Como identificar as agressões?
Conversas registradas no telefone da babá do menino Henry mostram que foi ela quem identificou e relatou as agressões à patroa, mãe do menino, sofridas por ele pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade-RJ). A terapeuta infantil e mestranda em neurociência Glaucia Benini, explica que é preciso que os pais ou responsáveis pelas crianças saibam da necessidade e responsabilidade de proteger os menores. “O ideal é que o pai ou cuidador estabeleça um vínculo de confiança e pergunte “como foi?” a cada visita que a criança fizer, além de perceber se está rejeitando algum familiar”.
A terapeuta dá dicas de como perceber os sinais dados pela criança:
- Conheça o histórico de pessoas novas que comecem a ter vínculos com ela;
- Perceba manchas e arranhões no corpo, mesmo que em lugares escondidos. Se aparecer qualquer sinal suspeito, leve até o conselho tutelar ou à delegacia da criança e do adolescente. Lá terão profissionais especializados no atendimento infantil. “Porque às vezes a criança pode não verbalizar, mas é possível perceber abusos e violências por desenho, por exemplo”, afirma a terapeuta;
- Em casos de pais divorciados, tente estabelecer um diálogo inicialmente, e questione a criança após as visitas;
- Tente identificar condutas estranhas ou regressivas, como fazer xixi na cama, agressividade, irritação, alterações no sono e apetite, ou até alergias pelo corpo. Esses podem ser sinais de que o emocional dela está afetado, e é preciso descobrir o motivo.
Benini lembra que é de responsabilidade dos pais proteger seus filhos. Em casos extremos de agressão ou violências sexual ou física, a Depca (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente) poderá pedir medidas judiciais de afastamento do agressor. O telefone para contato é o (67) 3323-2500. Além disso, os conselhos tutelares da Capital também recebem denúncias. Confira o telefone do mais próximo de sua região:
1º Conselho Tutelar Sul – (67) 3314-6370 / (67) 3314-4482 (ramal 6103) / (67) 9 8403-2579
2º Conselho Tutelar Norte – (67) 3314-4482 (ramal 6100/6104) / (67) 9 8403-5485
3º Conselho Tutelar Centro – (67) 3314-4337 / (67) 3314-4482 (ramal 6101/6105) / (67) 9 8403-2071 / (67) 9 8471-7947
4º Conselho Tutelar Bandeira – (67) 3314-4482 (ramal 6121) / (67) 9 8403-2384
5º Conselho Tutelar Lagoa – (67) 9 8472-9278 / (67) 9 8403-2804
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